ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 26-4-2010.

 

Aos vinte e seis dias do mês de abril do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Pancinha, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Engenheiro Comassetto, juntamente com os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 074/10 (Processo nº 1598/10); pelo vereador Aldacir José Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 068/10 (Processo nº 1493/10); pelo vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 028/10 (Processo nº 0732/10); pelo vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 067/10 (Processo nº 1399/10); pela vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 037/10 (Processo nº 0898/10); e pelo vereador Toni Proença, o Projeto de Lei do Legislativo nº 036/10 (Processo nº 0896/10). Também, foi apregoado o Ofício nº 381/10, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 012/10 (Processo nº 1654/10). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 288087, 344174, 347181, 348220 e 362045/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia vinte e dois de abril do corrente. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Valter Ferreira da Silva, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Condutores de Utilitários em Duas ou Três Rodas, Motorizados ou Não, de Porto Alegre, Grande Porto Alegre e Região – SINDIMOTO/RS –, que discorreu sobre a importância da regulamentação de legislações específicas e da área de saúde pública para as atividades desenvolvidas pela categoria representada pelo Sindicato que preside. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Engenheiro Comassetto, Pedro Ruas, Airto Ferronato, Dr. Raul, DJ Cassiá, Reginaldo Pujol e João Antonio Dib manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Valter Ferreira da Silva, para considerações finais sobre o tema em debate. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoado o Memorando nº 030/10, de autoria do vereador Beto Moesch, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de amanhã, na reunião do Conselho dos Dirigentes Municipais do Meio Ambiente, às nove horas, no Município de Bento Gonçalves – RS. Em GRANDE EXPEDIENTE pronunciaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni e Bernardino Vendruscolo. Após, por solicitação dos vereadores Toni Proença e Bernardino Vendruscolo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, à senhora Julieta Simon Dau, falecida no dia de ontem, e ao senhor Romeu Souza, falecido no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, este pelo Governo, Airto Ferronato, Luiz Braz, Engenheiro Comassetto, este pela oposição, Nilo Santos, Idenir Cecchim e João Antonio Dib. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado, em sua parte vetada, o Projeto de Lei do Executivo nº 018/08 (Processo nº 2086/08), considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por dois votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser discutido pelos vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Dr. Thiago Duarte, Nilo Santos, Maria Celeste, Dr. Raul, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, Luiz Braz, Aldacir José Oliboni, Engenheiro Comassetto, Airto Ferronato e Alceu Brasinha e encaminhado à votação pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon, esta pela oposição, Nilo Santos, João Antonio Dib, este pelo Governo, e Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato e Dr. Thiago Duarte e Não os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon e Toni Proença. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 018/08, a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores DJ Cassiá, Mauro Pinheiro, João Pancinha e Maurício Dziedricki cederam seus tempos de discussão, respectivamente, à vereadora Maria Celeste e aos vereadores Sebastião Melo, Aldacir José Oliboni, Dr. Thiago Duarte e Alceu Brasinha. Também, o vereador Engenheiro Comassetto manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado por Sua Excelência na discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 018/08. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 246/08 (Processo nº 6147/08), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por dezenove votos NÃO, tendo votado os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Pancinha, Maurício Dziedricki, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon e Toni Proença. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 027/10 (Processo nº 1565/10). Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Projetos de Resolução nos 052/09 e 007/10 (Processos nos 5883/09 e 0726/10, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/10 (Processo nº 1093/10), o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do vereador João Antonio Dib. Durante a Sessão, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, do senhor Ervino Besson, Secretário Municipal Extraordinário da Copa 2014, e de assessores das Secretarias Municipais da Saúde e de Obras e Viação e dos Departamentos Municipais de Habitação e de Água e Esgotos. Às dezoito horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia 22 de abril de 2010.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo à regulamentação das legislações específicas e saúde pública da categoria do Sindimoto/RS.

O Sr. Valter Ferreira da Silva, representando o Sindimoto/RS, está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. VALTER FERREIRA DA SILVA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente, telespectadores, agradeço pela oportunidade de usar esta tribuna. Venho, mais uma vez, a esta Tribuna Popular desta Casa em busca da regulamentação da minha categoria dos motociclistas profissionais que muitos chamam de motobóis.

Antes de entrar no assunto principal, quero dizer que este mês de abril foi um mês difícil, não só para a minha categoria como para o trânsito, até mesmo para o público em geral.

No dia 14 de abril, assim foi publicado no jornal Zero Hora (Lê.): “Choque elétrico mata jovem em parada”. No dia 15 de abril, o jornal Zero Hora mapeia os acidentes no Estado, no qual nós, os motociclistas, infelizmente estamos em 20,65% deles. No dia 16 de abril, a EPTC divulga um dado da sinalização, porque a grande maioria dela encontra-se coberta por árvores, dificultando a visualização para os motoristas em geral. Infelizmente, no dia 17 de abril, por falta de uma obra bem feita, um motociclista perdeu a sua vida; o título traz: “Obra vira armadilha”. Isso foi no dia 17 de abril. No dia 19 de abril, o Prefeito reconhece que houve falha no serviço, até porque nós já denunciamos, nesta Casa, que, infelizmente, as nossas vias são grandes armadilhas para os motociclistas, em que muitos já perderam as suas vidas, e foi preciso perder-se mais uma para poder exigir que se faça um serviço melhor. Agora, no dia 22 de abril (Lê.): “Trânsito mata cinco gaúchos por dia em abril”. Esses cinco gaúchos a cada dia em abril incluem os motociclistas, infelizmente, porque continuam sendo um quarto dos acidentes que ocorrem nas ruas de Porto Alegre como também nas vias estaduais e federais.

E mais: nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2010, até a presente data, nós estamos com um total de 1.208 acidentes de moto. Vítimas fatais nesses acidentes: no mês de janeiro, nós tivemos cinco; no mês de fevereiro, nós tivemos dois; no mês de março, nós tivemos mais cinco. Aqui não estão computados aqueles que se encontram internados em tratamento, em que não sabemos se vão a óbito, ou se Deus permitirá que eles venham a escapar desse óbito.

O que chama atenção também, Srs. Vereadores e Presidente, é que nos três primeiros meses do ano de 2010 - janeiro, fevereiro e março -, por atropelamento, nós temos o mesmo número: doze vítimas fatais. Isso quer dizer que nós temos um trânsito difícil, um trânsito que necessita urgentemente de melhoria, não somente nas ruas, mas nós temos que trabalhar no sentido de buscar educação e respeito de todos os que utilizam a via, porque ela se torna difícil de trafegar, e, para os pedestres, difícil de atravessar, até porque, a norma de sinalização não tem sido respeitada a contento para que nós possamos andar de forma tranquila.

O que me traz aqui, Sr. Presidente, demais Vereadores, é a Lei nº 12.009, aprovada pelo Congresso e promulgada pelo Presidente Lula no dia 29 de julho de 2009, a qual nos concede 365 dias para nos enquadrarmos na mesma, para que possamos desempenhar nossas funções. A União deixou a caráter municipal a sua regulamentação, de acordo com as suas peculiaridades. Em Porto Alegre - inclusive esta Casa contribuiu, e muito, com a Lei nº 10.115, que se encontra engavetada até hoje -, não foi discutida a sua regulamentação, infelizmente.

Eu venho a esta Casa, mais uma vez, pedir a V. Exªs. e ao Sr. Presidente que nos ajudem e intercedam, porque, no dia 1º de agosto, quando esta Lei entrar em vigor, seremos impedidos de trabalhar por não estarmos enquadrados nela. Ela exige que o motociclista tenha 21 anos, que ele possua, no mínimo, dois anos de habilitação, que apresente as suas certidões criminais de todas as varas, sem contar que temos de adquirir ainda os coletes, mas, para isso, precisamos saber o que o Município requer, o que o Município solicita.

Sabemos que, para a Resolução nº 219, temos de ter as placas vermelhas, as faixas vermelhas nos baús, as faixas vermelhas nos capacetes; muitos andam de bermuda e camiseta, e isso é errado. O motociclista tem que estar com calças compridas, tem que estar devidamente protegido e amparado. Mas nós precisamos saber do Município de que forma temos de fazer isso, de que forma temos de nos enquadrar.

Nós procuramos a EPTC - está certo que, agora, está com uma nova administração -, na administração anterior; infelizmente, não fomos recebidos. Já estamos praticamente em maio, esta Lei entra em vigor em agosto, e sabemos que o tempo está se tornando insuficiente para uma regulamentação. Mas podemos iniciar as negociações, as conversações, para encontrarmos uma maneira de os nossos profissionais trabalharem em segurança, dentro da Lei, cumprindo os seus deveres. Para nós é muito bom separarmos os profissionais dos não profissionais, separarmos aqueles que cometem atos ilícitos, pois recai sobre nós toda a responsabilidade.

Então, nós queremos a Lei, queremos a regulamentação, queremos pagar os nossos tributos, seja como autônomos, seja como empresas regulares, das quais temos mil e 200 cadastradas, e somente 350 empresas estão devidamente regularizadas, as demais nem alvará possuem. Os considerados autônomos também não têm qualquer tipo de registro.

Então, nos interessa que essas pessoas venham para a formalidade. Na informalidade, não temos nem os dados corretos no que tange a acidentes, não conseguimos fazer um trabalho de conscientização, de moralização, e até de fortalecimento da categoria, porque a grande maioria não sabe o que fazer. Estamos perdidos. Em outros Municípios já conseguimos a regularização; por exemplo, Caxias do Sul, Passo Fundo, Livramento, São Gabriel e outras cidades já estão com o processo bastante adiantado, mas na Capital, que deveria dar o exemplo, infelizmente não estamos conseguindo avançar para que possamos regularizar os 18 mil motociclistas que trabalham aqui, sem contar os que convergem da Região Metropolitana. Isso acaba virando uma disputa pelo excesso do número de motos, de carros, e a tendência é o número de motos aumentar, assim como o número de carros.

Então, esse é um dos pedidos que venho fazer, assim como já fiz em outras oportunidades. Agradeço aos Srs. Vereadores pela aprovação da Lei nº 10.115, mas é uma pena que ela não caminhou.

Agora, desejo fazer uma denúncia, que entendemos ser grave: é que, às vezes, alguns de vocês compram pizza, e pedem a entrega pelo motobói, e é importante que vocês saibam qual é a pizzaria que está fornecendo a pizza, porque nos nossos baús, nós transportamos fezes, sangue - trabalhamos com laboratórios -, a nossa roupa de chuva, as nossas botas, e, de repente, as empresas de alimentação contratam o motobói e não fornecem o baú adequado, o alimento vai ser transportado exatamente dentro desse baú que rodou o dia todo fazendo esse transporte. Por que viemos a esta Casa para denunciar isso? A denúncia até não é nossa; é da própria EPTC que já fiscalizou e constatou esse fato.

Então, é de suma importância a regulamentação para que nós possamos inclusive levar saúde às pessoas através do alimento e não mais um risco de vida. É de suma importância a regulamentação, e que também se transporte no lugar adequado a alimentação, no lugar adequado a peça, no lugar adequado os produtos de laboratórios, porque só assim vamos ter condições de dar segurança e conforto aos usuários.

Portanto, senhores, mais uma vez reafirmo a importância de os senhores nos ajudarem. Peço a ajuda aqui, Sr. Presidente, mais uma vez, desta Casa, para que possamos conseguir um canal aberto com a Prefeitura, através da Câmara Municipal, inclusive quero solicitar ao Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, a possibilidade de encaminharmos essa discussão, para que, a partir do dia 1º de agosto, não sejamos autuados nem multados. Queremos trabalhar, e trabalhar de forma organizada, de forma identificada, de forma qualificada, pois com isso seremos diferenciados daqueles que não querem trabalhar e querem usar a nossa categoria para cometer delitos.

Era isso o que eu tinha para dizer. Muito obrigado, e espero contar com ajuda de cada um dos senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado. Convido o Sr. Valter Ferreira da Silva para que tome assento na Mesa dos trabalhos.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, queremos cumprimentar o Sindimoto, na pessoa do seu Presidente, Sr. Valter Ferreira da Silva, que tem frequentado propositivamente esta Casa, com bastante assiduidade.

Quero lembrar aqui que há mais ou menos um ano, prezado Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, o Valter esteve lá na CUTHAB para trazer a preocupação sobre o tema da Lei Federal, sancionada pelo Presidente Lula, pois a partir do dia 1º de agosto os Municípios já têm que regulamentar essa lei para que ela tenha validade. E a EPTC, naquela época, mandou um funcionário que se comprometeu em dar um retorno à CUTHAB e ao Sindicato. Nós estamos aguardando esse retorno há mais de um ano. Portanto, é injusto que os trabalhadores sindicalizados, que prestam esse serviço nobre à Cidade que é o serviço de motobói, entre outros, possam ser ou venham a ser prejudicados. Por isso, apelo ao Líder do Governo para que apresente imediatamente a esta Casa qual é a regulamentação da Lei Federal para que possamos ajudar essa categoria a trabalhar, e trabalhar bem. Portanto, conte conosco, prezado Valter, com a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Presidente. Presidente Valter Ferreira da Silva, do Sindimoto, receba da nossa Bancada, do PSOL, em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna, a nossa solidariedade ativa com relação à sua categoria profissional. Quero dizer o seguinte: nós nos solidarizamos com aquilo que foi dito pelo senhor da tribuna; nós queremos ser partícipes dessa luta, também. Eu entendo, particularmente, que esse é um trabalho - passei minha vida defendendo trabalhadores - que merece todo o nosso respeito e todo o nosso apoio. E acho mais: que o nível de risco constatado nas estatísticas de acidentes deixa a todos nós uma obrigação superior de regularmos, regulamentarmos e também exigirmos algum tipo de comportamento. Nós sabemos também que há infrações cometidas pelos próprios trabalhadores, até em função da falta de regulação. Então, quando houver a regulação, a regulamentação, nós poderemos, através de cursos ou normas específicas, exigir outros comportamentos que serão benéficos ao conjunto da sociedade e particularmente àqueles que estão apenas sobre duas rodas. É uma situação muito difícil, muito perigosa. Então, com a sua iniciativa, me parece que nós estamos todos próximos de começarmos um trabalho com mais eficácia, com mais resultado do que se teve até hoje. Então, parabéns; contem conosco. Obrigado, Presidente Tessaro.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Nelcir tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, nosso particular amigo Valter, Presidente do Sindimoto, estamos juntos, também - já havíamos conversado, inclusive - para trazer o nosso apoio, e dizer que, em nome da Bancada do PSB, nós somos parceiros nessas discussões, até porque é através dessas discussões que temos avanços, e através de ações concretas que decorrem a partir dessas manifestações. Por isso, quero dizer da importância da sua presença aqui, e dizer que essa presença marca alguma coisa que já veio de outro encontro em que o senhor estava presente também, ou seja, já ocorreram manifestações por parte do Sindicato. E nós acreditamos que Porto Alegre, por intermédio da Câmara, e muito especialmente do Poder Executivo, precisa partir para a concretização de ações no sentido de viabilizar as demandas para que se avance em termos de tudo aquilo de que Porto Alegre precisa. E uma das coisas que tranquilamente Porto Alegre está precisando, sim, é um pensar e agir quando o assunto envolve trabalhadores, especialmente hoje relacionado à categoria do pessoal das motos. Então, estamos juntos nessa empreitada e sei que a Câmara também está nessa luta contigo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Quero trazer de todos os Vereadores da Bancada do PMDB, a nossa simpatia, com certeza, e a nossa participação na luta do Sindimoto, Valter, que já é de muitos anos. Quero dizer que, como médico do trabalho, como motociclista que já fomos, já tivemos os nossos acidentes de moto; estamos aqui, podemos dizer, graças a Deus, porque, na nossa época, muitas vezes nem capacete usávamos, ele ia carregado no braço.

Então, temos que avançar muito nessa questão que foi levantada, com um enfoque em prol da Saúde pública - tu fizeste esse levantamento. É muito importante que nós possamos fazer com que a categoria seja unida, consciente e bem integrada em todas as suas ações, mesmo na área preventiva, porque a gente sabe que 6% dos veículos são motocicletas, mas, na hora dos óbitos, 40% são de motociclistas. Isso é um absurdo! E nós temos que melhorar a nossa estrutura urbana, os nossos hospitais, a relação da moto com o ser humano que está transitando ou que está dirigindo outros veículos. Quero dizer que realmente nós somos parceiros e que podes contar com todos nós - Ver. Pancinha, Ver. Haroldo, Ver. Bernardino, Ver. Melo, Ver. Cecchim e eu - que fazemos parte da Bancada do PMDB.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Valter, em nome da Bancada do PTB - Ver. Nelcir Tessaro, Ver. Nilo Santos, Ver. Alceu Brasinha e Ver. Maurício Dziedricki -, quero dizer que eu o estava ouvindo atentamente na tribuna, com os meus colegas, e acho que o trabalhador tem que cumprir as normas. Esse é o trabalhador digno, honesto, e me parece que essa classe o é. Agora, o Governo também tem que fazer sua parte.

Coloco a nossa Bancada à disposição e, ouvindo o senhor atentamente, ouvi um pronunciamento e uma denúncia gravíssima sobre a questão da fiscalização, que não existe em relação aos transportes feitos pelas motos, nos baús. Trata-se de Saúde pública. Vejam bem, eu peço uma refeição à noite e, durante o dia todo, aquele mesmo baú circulou com sangue e outras coisas mais. Então, acho que esta Casa, juntamente com a EPTC, tem que achar uma forma de fiscalização mais rígida, porque se trata de Saúde pública. Conte com esta Bancada. Parabéns pelo seu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador-Presidente, nosso convidado Valter Ferreira da Silva, a quem eu cumprimento, ao tempo em que me integro às demonstrações de solidariedade e de engajamento que as várias Bancadas que já se manifestaram tiveram o ensejo de fazer. Acho que a luta, especialmente pela regulamentação da legislação esparsa hoje existente sobre a matéria, demonstra uma postura altamente responsável de V. Sa. e da entidade pelo senhor representada, porque o desejo de agir dentro das regras pressupõe que haja regras claras, precisas e adequadas à realidade na qual se insere a atividade. Acho que esta Casa tem um trabalho ainda a fazer, de cobrança, somando a sua força política ao reclamo da sua categoria, no sentido de que essa legislação já hoje existente e específica sobre a sua área seja efetivamente regulamentada, para aí, então, com mais ênfase, cobrar-se o respeito a essa legislação, e, consequentemente, uma atuação efetiva dos órgãos municipais com ela envolvidos. Ainda que nós não desconheçamos que grande parte do processo foge à competência legislativa do Município, e muito mais dos Vereadores, temos que dar o bom exemplo fazendo a nossa parte, fazendo com competência, com solidariedade, e, acima de tudo, com responsabilidade. Disponha V. Sa. da contribuição da minha Bancada, que é muito pequena - é Bancada de um Vereador só, mas que também diz presente ao lado daqueles que estão solidários com a entidade que V. Sa. muito bem representa aqui na Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; meu caro Presidente, Valter Ferreira da Silva, por muito tempo eu fui ligado a problemas de trânsito, de transporte; fui Secretário de Transportes por duas vezes; fiquei 17 anos no Cetran, mas uma coisa eu aprendi - já que ouvi algumas reclamações -: se todas as vias fossem igual à melhor das vias, os acidentes diminuiriam em dez por cento; se todos os motoristas fossem iguais ao melhor dos motoristas, os acidentes diminuiriam em noventa por cento. Isso vale para os motociclistas, também. Mas o que eu quero dizer é que eu vou providenciar um encontro seu com a Secretaria Municipal de Transportes ou a Empresa Porto-Alegrense de Transportes, e depois, então, lhe digo data e hora. Saúde e PAZ! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais nenhum Vereador inscrito, passamos a palavra ao Sr. Valter Ferreira da Silva, pelo tempo de cinco minutos, para a sua manifestação.

 

O SR. VALTER FERREIRA DA SILVA: Mais uma vez, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, público presente e telespectadores, eu endosso totalmente as palavras do nobre Ver. João Dib: realmente, se nós fôssemos educados no trânsito -, quando eu digo nós, não quero aqui dizer que um ou outro, A ou B é educado, porque não adianta um ser e nove não serem... Quando eu busco a regulamentação, o nosso foco principal é, exatamente, trabalhar a educação, a conscientização, o respeito à sinalização de trânsito, e, acima de tudo, nós queremos ser identificados. A Lei nº 12.009 prevê que nós usemos um colete com dispositivos retroflexivos, porque, a distância, não só os outros motoristas, como os outros usuários da via vão nos ver, seremos mais bem vistos pelos outros motoristas que, em virtude do grande número de acidentes, reclamam que não nos veem, porque somos rápidos. Eu até posso concordar, porque as nossas roupas de chuva, principalmente num dia como o de hoje, são escuras, não refletem, e, quando menos se pensa, num tempo nublado como o de hoje, podem acontecer acidentes.

Então, senhores, eu quero, em nome da minha categoria, agradecer a manifestação de cada Vereador, agradecer todos os Vereadores e, acima de tudo, eu quero agradecer a população de Porto Alegre que utiliza os nossos serviços, nós somos muito agradecidos a ela. Mas não podemos esquecer que esse caso da alimentação, Ver. João Antonio Dib, é muito grave. É muito grave, porque, repito, os senhores, quando forem comprar a sua pizza, à noite, procurem saber se o restaurante fornece o baú adequado para o transporte, porque muitos deles não fornecem; contratam o motociclista com o baú com que ele trabalha durante o dia, e pode haver algum tipo de contágio em virtude do que foi transportado no decorrer do dia. Por quê? Prestamos serviços a laboratórios, prestamos serviços a pet shops, transportamos a nossa roupa de chuva dentro do baú, transportamos as nossas botas. Muito dos baús estão defeituosos e não protegem a contento para o transporte de uma coisa tão importante como é a comida. Muitas vezes, as pessoas esperam nas suas casas achando que estão recendo a comida quentinha, com segurança, com todo o preparo que tem que ser dado, mas, infelizmente, a grande maioria não é assim. Claro que há as empresas sérias, as empresas que fornecem o baú, e é importante, é de suma importância que nós possamos trabalhar de forma regularizada, porque poderemos identificar todas essas empresas que prestam serviço na área, todas essas empresas que não fornecem o equipamento necessário e seguro, todas as empresas que precisam existir de direito e de fato, todas as empresas que realmente cumprem as normas trabalhistas, porque a grande maioria não cumpre, e é dessa forma que a gente vai ter condições de iniciar ou reiniciar um trabalho de conscientização dos motociclistas por respeito à via, respeito às normas de trânsito e, acima de tudo, respeito ao pedestre, pois, afinal, é o que todos somos.

Eu agradeço a manifestação de cada um. Muito obrigado, e espero que, a partir desta vinda aqui na Câmara, nós consigamos pelo menos discutir, para que, ao chegar o dia 1º de agosto, nós não sejamos multados por não estar enquadrados na lei, lei essa que foi de grande conquista para toda a categoria em nível de Brasil. Muito obrigado, bom trabalho a todos, e boa semana.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós queremos agradecer o Sr. Valter Ferreira da Silva, Presidente do Sindimoto, e dizer que este alerta feito hoje aqui é muito importante justamente para sabermos dos riscos que poderemos estar correndo ao não saber a origem e como são transportados principalmente os alimentos nas nossas tele-entregas, já que o mesmo baú pode estar sendo destinado para outras atividades, e, principalmente, para a agilização da regulamentação. Essa regulamentação é muito importante para fazermos com que todos os motociclistas saibam como a sua categoria vai proceder. Saibam que esta Mesa Diretora e os Vereadores estarão engajados nessa proposta de vocês, para fazer com que as coisas sejam encaminhadas.

 

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h35min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 14h36min): Estão reabertos os trabalhos.

Apregoo o Memorando nº 030/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que solicita representar esta Casa, no dia 27 de abril de 2010, na reunião do Condimma, que se realizará no Parque de Eventos, em Bento Gonçalves.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, Vereadoras, público que acompanha, neste momento, o Canal 16; nós temos a compreensão de que o Governo Lula tem este alto índice de aceitação não por acaso. O Governo Lula tem tido, nesta união de Partidos, a felicidade de governar o Brasil e implementar profundas mudanças. Eu poderia destacar algumas muito importantes para todos nós que são na área da Educação. Vejam os senhores: o Governo Lula, ao fazer uma mudança fundamental junto ao Congresso Nacional, quando votou o fim da Desvinculação de Receitas da União - mais conhecida por DRU - para as verbas destinadas à Educação, conseguiu aumentar os recursos significativamente. Por exemplo, só em 2009, quatro bilhões de reais foram investidos a mais na Educação; em 2010, serão investidos mais sete bilhões de reais, e, em 2011, estão previstos mais de dez bilhões de reais, apenas com essa mudança do fim da Desvinculação de Receitas da União. Com isso, nós podemos entender por que muitas universidades foram criadas, por que a UFGRS, aqui em Porto Alegre, recebeu recursos para sua recuperação, seja ela do patrimônio histórico, seja para a valorização dos profissionais da área da Educação. Nós vamos entender, por exemplo, por que houve a grande ampliação da educação profissional tecnológica em todo o Brasil. E aí nós poderíamos destacar que, de 1909 a 2002, foram criadas 140 escolas técnicas no Brasil. E agora, foram criadas 99 escolas técnicas, somente nesses últimos anos do Governo Lula. Estão para serem inauguradas mais 22 escolas técnicas em todo o Brasil. Nós percebemos que, somando todas as escolas técnicas que o Governo Lula pretende inaugurar até o final do seu Governo, elas vão mais do que duplicar em apenas oito anos. Nós vamos entender o quanto significa um Governo que priorizou a área da Educação, comparado àqueles que, na verdade, durante décadas, podemos dizer que durante quase cem anos, não investiram nessa área.

Por essa razão, Ver. Adeli Sell, entendemos que investir na Educação é oportunizar ao cidadão que está distante do acesso à educação, por exemplo, com o ProUni, com o qual mais de 350 mil jovens puderam ingressar na escola gratuita com a parceria das universidades comunitárias, das entidades filantrópicas, que, ao invés de recolherem o imposto, passaram a dar bolsas para poder compensar esse imposto, implementando, no caso do ProUni, o que favoreceu mais de 350 mil jovens. Somente em 2011, mais de 160 mil jovens voltarão a ter esse espaço também. Portanto, são milhares de jovens beneficiados; quase 500 mil jovens, Ver. Adeli Sell, que, num período de oito anos, passaram a ter acesso à educação, através do Programa Universidade para Todos.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Oliboni, queria louvar a sua atitude em usar o período de Grande Expediente para dar uma panorâmica, um quadro da situação brasileira, porque, afinal de contas, a nossa Capital, Porto Alegre, está inserida em um quadro nacional. Eu não me conformo com alguns discursos fáceis que são feitos, como se Porto Alegre pudesse viver sem as verbas federais, como se Porto Alegre pudesse viver sem as escolas técnicas que o Governo está implantando na Cidade, como se Porto Alegre pudesse viver sem o dinheiro que vem do Governo Federal para a área da Saúde, especialmente.

No caso da Educação, eu queria destacar que, além dessa questão das escolas técnicas, na preparação para o mundo do trabalho eu lastimo que nós tenhamos perdido. Canoas não perdeu, Caxias, que é do PMDB, não perdeu; Santa Maria, que é do PMDB, não perdeu aquele importante projeto da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres de formação de mulheres para o mundo do trabalho, especialmente na área da construção civil, o que hoje é tão requisitado pelas empresas. Parabéns, Vereador, continue assim!

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Adeli Sell. Vejam só! Exatamente nessa área do curso profisionalizante, que é a expansão do ensino técnico, Ver. DJ Cassiá, nós percebemos que, nesses últimos oito anos ou no Governo Lula, vamos passar a ter mais de 380 novas escolas, significando mais de 500 mil alunos nas escolas de cursos profissionalizantes, e tenho certeza de que V. Exª, desde que assumiu a Comissão de Educação desta Casa e em inúmeros movimentos que fizemos, foi um grande parceiro em prol da Educação, área na qual V. Exª muito milita.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, obrigado por me conceder um aparte. Mais uma vez quero dar-lhe os parabéns pelo seu pronunciamento, porque o senhor não é só um lutador na área da Saúde, mas também um grande lutador na área da Educação.

Ver. Oliboni, quero dizer, como já fiz várias vezes, e não me canso de repetir: a Educação não pode ter bandeira política. Eu tenho certeza, convicção, de que há um entendimento entre o Governo Federal, que eu quero parabenizar, e o Governo Municipal, que deixaram as bandeiras políticas de lado e assumiram em conjunto a questão das escolas técnicas, pelas quais o senhor luta muito. O nosso País forma o jovem “no escrito”, mas, infelizmente, na mão de obra, quando ele chega para o emprego, não tem qualificação. Essas escolas técnicas é que vão dar oportunidade para o nosso jovem, aquele que termina o 1º, o 2º grau e não tem mais o que fazer, porque não tem condições de sustentar uma faculdade, e a escola técnica dá a ele essas condições.

Então, aqui quero, mais uma vez, dizer que sou um grande parceiro. O senhor conte comigo, e parabéns pelo tema!

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. DJ Cassiá, que é também, sem dúvida nenhuma, um Vereador batalhador nessa área.

Eu queria aqui frisar que essa modificação importante que o Governo Lula construiu junto ao Congresso Nacional, ao Senado, onde foram aumentados os recursos para a Educação, também possibilitou a abertura de novos campi em todo o Estado do Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. Somente no Rio Grande do Sul foram criados mais novos quatro campi: Santo Antonio da Patrulha recebeu a Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Palmeira das Missões e Silveira Martins receberam cursos da Universidade Federal de Santa Maria, e Pelotas ganhou um novo campus. Agora, foi confirmado, na última segunda-feira, que será criado um novo campus no Litoral Norte, em Tramandaí, onde eu tive a felicidade de estar presente com a nobre Deputada Federal, Maria do Rosário, que foi uma das grandes batalhadoras para trazer a Escola Técnica Federal. Inclusive, no ano passado, ela foi Presidente da Comissão de Educação no Congresso Nacional. Houve várias audiências públicas, Ver. João Antonio Dib, através das quais se possibilitou a cedência de uma área do Município, cedida pelo Prefeito Municipal de Tramandaí, confirmando o novo campus em que será instalado, ali no Município, que vai atender toda Região Norte aqui do Rio Grande do Sul.

Portanto, nós percebemos, Ver. Engenheiro Comassetto, que esses investimentos em Educação têm retorno imediato.

Eu diria mais, e ouçam o que eu vou dizer agora: no passado foi dito por um cidadão, que foi candidato a Prefeito de Porto Alegre, que era preciso criar um mecanismo de transporte rápido, e chegou a falar em trem-bala para o Litoral. Mas, de qualquer forma, deverá haver um transporte mais adequado, mais rápido, para incluir os Municípios do Litoral no eixo da Educação, do trabalho, e não somente para fomentar a Educação, o trabalho, mas mais do que isso, ser um incentivo àqueles que não têm acesso à Educação e à Saúde por aí afora.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Aldacir Oliboni, quero agradecer-lhe pelo aparte, cumprimentá-lo pelo tema e dizer que a Escola Técnica Federal da Restinga, para a qual já saiu a licitação, ainda está com dificuldades para iniciar suas obras, devido ao relacionamento do Município com a empresa responsável pelas obras e com os licenciamentos finais. São 13 milhões e meio que, desde outubro, estão à disposição.

Estamos dialogando aqui com o Ver. DJ Cassiá, com o próprio Líder do Governo, para que possamos fazer um novo movimento em direção ao Executivo no sentido de iniciarmos, de uma vez, essa obra, porque a comunidade a está esperando. Muito obrigado.

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: É muito oportuno o que traz o Ver. Engenheiro Comassetto, Ver. Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara, pois, amanhã, haverá uma Audiência Pública na Restinga, quando, com certeza, Ver. Pingo Vilar, este assunto será priorizado.

O Governo ainda não implementou as pequenas mudanças, sejam as do acesso à eletrificação, sejam as da pavimentação até a Escola, e, com isso, a Escola Técnica tem dificuldades de continuar com a obra. Portanto, é importante lembrar que amanhã deveriam estar presentes, nessa Audiência Pública da Restinga, algumas Secretarias - dentre as quais V. Exª, que hoje faz a intermediação junto à SMOV. Nós temos que, não só continuar com a parceria, mas nesse aspecto de um projeto estratégico, ficar acima dos Partidos e lutar por aqueles que ainda não tem acesso à Educação. E na Restinga, uma vez assumido esse compromisso, tanto o Governo Municipal como o Federal têm que viabilizá-la o mais rápido possível.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu fico encantado com esse tema das escolas técnicas, porque isso tem que avançar, e muito, no Brasil. Em Porto Alegre, nós temos iniciativas como a sua e outras que estão se avizinhando, inclusive a nossa junto com o Ver. Paulinho Ruben Berta, que preside uma frente que deseja uma escola técnica lá no Centro Humanístico Vida, que é uma área muito importante de 12 hectares, na Zona Norte, no eixo da Baltazar, para uma comunidade que muito precisa. Acho que o caminho para a melhoria, para a inclusão social da população que mais necessita passa muito pelas escolas técnicas.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Dr. Raul. Eu tenho certeza que no Instituto Vida, lá na Baltazar, há a possibilidade não só de uma extensão de um curso profissionalizante - cujo tema o Dr. Raul colocou -, mas a instalação de outros instrumentos públicos muito importantes, como, por exemplo, uma UPA, Unidade de Pronto-Atendimento 24h, sobre o que debatemos na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Concordamos que uma delas seja instalada no Instituto Vida, onde o Ver. Paulinho Ruben Berta é um dos parceiros, tanto para uma extensão da escola técnica, como, também, para uma UPA. Mas, mais do que isso: nós percebemos que essas parcerias, sejam elas envolvendo o Município, envolvendo o Governo Federal, têm que ter mais agilidade.

Se observarmos muitos projetos estratégicos que poderiam ser implementados em alguns Municípios e não os são, é por falta de iniciativa. Eu conheci, num final de semana recente, uma creche em Veranópolis, Dr. Raul, realizada por meio de uma parceria entre o Governo Municipal e o Federal. O Governo Municipal apenas cedeu o terreno e 20% da receita; para uma creche que custará um milhão e 200 mil reais, o Município recebeu 900 mil reais, e deu, em contrapartida, 20%, o que é insignificante diante da importância de uma escola que abrigará mais de 400 crianças. Às vezes, o Governo diz: “Vocês não tiveram nenhum projeto assinado, porque não mandaram projetos”! É exatamente isso: os recursos existem, e foram triplicados para a área da Educação. Agora, para 2010 e 2011, também serão triplicados os recursos. Os Municípios não recebem esses recursos ou não fazem obras, porque não têm iniciativas.

É importante que nós, assim que tivermos contato com esses Municípios, digamos a eles que desenvolvam projetos de lei, que vão a Brasília buscar os recursos, porque eles existem - e aí a questão não é partidária, está acima dos Partidos -, porque são projetos para a sociedade, para aqueles que mais precisam.

Por isso que nós percebemos que só no Programa Fome Zero são mais de 96 milhões de pessoas beneficiadas - noventa e seis milhões de pessoas beneficiadas! Aqueles Vereadores que sabem do que estou falando são aqueles que vão ali...(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, são permitidos, sim, apartes; só para não haver dúvidas, evidentemente.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Por favor, deixem-me iniciar! Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu pediria uma atenção especial ao Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, bem como ao nosso conselheiro, também do Governo, Valdir Fraga, que é um elo desta Casa com o Governo, para fazer o registro das ações da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC -, sob o comando do engenheiro Romano Botin. O engenheiro Romano, sem este Vereador pedir, enviou um relatório das suas ações em que os próprios técnicos da EPTC fotografaram e nos enviaram a comprovação dos equipamentos que recolhem entulho de Porto Alegre, as caçambas, totalmente irregulares, nas vias públicas. Nós precisamos fazer este registro, Ver. João Antonio Dib, porque, durante todo esse período, desde 2005, nós estivemos, e estamos atentos a essa questão das caçambas, dos tele-entulhos em Porto Alegre. O Projeto, de nossa autoria, que está em vigor, que esta Casa aprovou e o Prefeito sancionou, foi discutido, sim, com os técnicos da EPTC, mas até então, Ver. João Antonio Dib, durante todo esse período não tínhamos recebido aqui um telefonema, uma visita do então ex-Secretário da EPTC. Pois, o agora Secretário, o Engenheiro Romano Botin, em tão pouco tempo de trabalho, já nos manda o Relatório, que mostrei. Inclusive, se não estou enganado, tem até uma das caçambas, totalmente irregular, estacionada lá na rua onde V. Exª mora. Então, nossos cumprimentos à EPTC, na pessoa do Secretário Romano Botin, porque se faz necessário. As pessoas sabem que temos razão, porque ainda não temos esse problema resolvido em Porto Alegre, e precisamos fazer este registro, de forma respeitosa, ao Engenheiro Romano Botin.

Para se ter uma noção do equipamento autorizado hoje, a parte onde está a cor azulada (Mostra gravuras.) é a cor de livre escolha da empresa, na lateral. Na dianteira e na traseira, precisa ter estas cores laranja e vermelha, que é uma definição que veio lá do Contran. Esses equipamentos não podem estacionar onde é proibido estacionar automóvel - não precisaria nem dizer isso -, mas foi preciso fazer uma Lei para deixar isso claro. Esses equipamentos não podem ficar nas calçadas, quando é possível estacionar na pista de rolamento. Para ficar nas calçadas, ela precisa respeitar, no mínimo, um metro, Ver. João Antonio Dib, para as pessoas conseguirem se locomover. Esses equipamentos precisam ser recolhidos tão logo estejam cheios. Não podem permanecer nas vias públicas, lotados e recebendo lixo orgânico, como vem acontecendo ainda hoje.

Então, os nossos cumprimentos ao Engenheiro Romano Botin. Ele fez o seu trabalho, mas, acima de tudo, demonstra seu carinho e respeito quando nos envia este Relatório. Sinto-me na obrigação de fazer este registro, pois, assim, presto contas do trabalho da EPTC à sociedade, porque ela merece.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino Vendruscolo, eu mesmo cansei de pedir a V. Exª de nós cobrarmos isso, e eu fico muito satisfeito de o Engenheiro ter tomado essa providência de imediato, porque eu sei o quanto o senhor tem lutado nesse tema das caçambas, porque, do jeito que está, não dá para continuar, Vereador. Eu quero dar os meus parabéns, porque o senhor é um lutador, e vem cobrando providências. E tem que cobrar, Ver. Bernardino, porque, se não cobrar, os caras se fazem de esquecidos. Agora, eu acho que finalmente vai ser cumprida essa Lei que é tão importante para a Cidade, para as comunidades e para as pessoas que dirigem no trânsito.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, cumprimento-o pelo discurso e também pelo Projeto, e quero dar-lhe uma informação. Na Rua Rodrigues da Fonseca, que é a principal rua da Vila Nova, a uns 50 metros da Escola Alberto Torres, há um contêiner que, na noite passada, com a garoa que deu, só não causou acidente por acaso. O contêiner está mal sinalizado e não está identificado conforme prevê a Lei de sua autoria. Então, eu gostaria de lhe informar, até para que a EPTC preste mais atenção.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Louvo a sua atitude, a sua perseverança em torno do tema sobre as caçambas. Sempre disse aqui, e em todos os lugares eu vou continuar dizendo, que essa campanha é pela vida, pela segurança, pelo bem-estar - e, evidentemente, também pela estética da cidade. Quando vejo que o Engenheiro Botin responde, coloca fiscalização e que, agora, pelas informações que tenho, os funcionários que estavam “na geladeira” e no “freezer” estão voltando ao trabalho, eu espero que as coisas comecem a melhorar.

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado. Nós vamos seguir também pleiteando demandas que já são antigas. Por exemplo, tratando da EPTC ainda, a abertura da Rua Ramiro Barcelos com a Av. Protásio Alves, no final da Av. Osvaldo Aranha. Nós entendemos que é necessário fazer a abertura da Ramiro. Está tudo pronto, tem sinaleira... Sabemos também que haverá um certo congestionamento próximo à Av. Independência, mas não podemos aceitar mais congestionamento em volta do Pronto Socorro. Aquelas vias públicas próximas ao Pronto Socorro e ao próprio Hospital de Clínicas precisam ser mais liberadas, precisam receber um tratamento o mais urgente possível, porque, em situação de emergência em Porto Alegre, a maioria dos acidentados se socorrem do Pronto Socorro. Então, aquilo precisa ser visto, com certeza, e vamos esperar do Engenheiro Botin também essa solução.

Quero trazer aqui um outro assunto, que foi alvo de muitas críticas que recebi nos últimos dias, que é um Projeto em que estamos tratando de regrar a colocação dos monumentos, das obras de arte de certo vulto em Porto Alegre.

Não há problema nenhum, também não precisa ser como nós estamos pretendendo, mas não vamos nos amedrontar com algumas críticas, até porque nós não queremos entrar no mérito da obra de arte; nós queremos é tratar daquela liberdade que esses artistas têm de trazerem obras de impacto, de instalarem, de as construírem em vias públicas na cidade de Porto Alegre.

Não vou me cansar de mostrar este equipamento aqui. (Mostra gravura.) Isto estão chamando de Mirante, ao lado do Gasômetro. Agora interditaram. Depois de tanto nós falarmos aqui, interditaram; colocaram uma cerquinha lá, que já está arrebentada.

Isto é um equipamento em que as pessoas, que chegam em excursões aqui no Gasômetro, acabam subindo para olharem o rio. Não tem cuidado nenhum, não se sabe o peso que suporta, enfim. É disto que nós queremos tratar.

Não queremos entrar no mérito da obra de arte, Vereadores, porque se eu estivesse dando tanta importância a opinar sobre arte... Por exemplo, vou mostrar duas obras. (Mostra gravura.) Olha a diferença: o Gaúcho Oriental, e este caixão ali no Parque Marinha do Brasil.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: O Ver. Brasinha está dizendo que é o caixão do Inter, mas não é isso. Esse assunto não veio para isso, Ver. Brasinha. Vamos mudar, vamos para outras obras; V. Exª vai gostar! Veja a diferença: este aqui quer homenagear as cuias. (Mostra gravura.) Olhe aqui. É disso que nós estamos tratando! Este outro aqui é o Gaúcho Oriental, que está localizado ali num canto do Parque da Redenção, ao lado do viaduto, e que, ao nosso ver, deveria receber uma área mais nobre. É muito lindo! Vejam que beleza! Está maltratado, está com a mão quebrada, não se sabe para onde foi a mão dele. É disso que nós queremos tratar também, que as entidades deem manutenção, porque do Poder Público não dá para esperar mais nada. Eu já não acredito, e acho que nós temos que destinar verba pública para a Educação, Segurança, Saúde, e a manutenção desses monumentos eu acho que tem que ficar com aquelas entidades que são homenageadas. Então é nessa linha que nós queremos discutir.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu o estava ouvindo atentamente, e quero dizer a V. Exª que respeito a sua posição e sua opinião, mas tenho uma discordância sobre essa sua defesa, até porque é difícil podermos orientar, definir ou limitar a criatividade das pessoas e aqueles traços que eles conseguem ver e apresentar como algo importante. Aí eu me refiro, por exemplo, aos 50 anos de Brasília. Os traços daqueles dois grandes mestres que construíram Brasília são únicos, são da cabeça deles. Portanto, é um tema de difícil debate, e quero dizer que respeito, mas tenho discordância da sua opinião. Muito obrigado.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Na verdade, sempre gosto de salientar que respeitamos a arte quando ela exposta em uma área particular. Quando o artista faz uma obra de arte, ele a comercializa, ele a coloca lá em uma empresa. Agora, nós queremos discutir é quando vemos essas obras de arte em áreas públicas, nos passeios. Nós entendemos que, para os artistas e para as entidades que propõem essas homenagens, elas devam ter a autorização pública. É a mesma coisa alguém chegar e dizer: olha, vou lhe dar um quadro pintado, e você vai colocá-lo na sua sala, ou no seu quarto, ou no seu escritório. Puxa vida, acho que tem de haver a conversa com quem vai receber a obra, para saber se gostaria de expô-la naquele local. Então, é essa a liberdade de que estamos tratando.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, de maneira muito carinhosa, agradeço pelo aparte. Mas eu quero debater o conceito de arte, porque, na verdade, as manifestações artísticas não são medidas pelo belo ou pelo feio, porque isso é muito individual e subjetivo, mas são medidas pelas provocações estéticas que provocam nas pessoas e na Cidade. Nesse sentido, é um debate de conceito de arte que nós precisamos avançar, e gostaria de avançar em relação ao Projeto de V. Exª, que, em princípio, não está de acordo com a minha visão de arte. Obrigada.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: O nosso Projeto está aberto para receber Emendas; não precisa ser como nós estamos querendo, mas, com todo o respeito, não dá para ficar do jeito que está. Um abraço a todos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, requeiro um minuto de silêncio em memória da Srª Julieta Simon Dau, da Vila Ipê I, falecida ontem à noite, que, além de uma importante líder comunitária, também é mãe de três importantes lideranças da Região. Obrigado.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, aproveito, também, para requerer um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Romeu Souza, membro da Loja Maçônica Bento Gonçalves.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferidos os pedidos.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrado o Grande Expediente.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, prezados visitantes, senhoras e senhores que nos assistem, hoje, em breve, apreciaremos mais um Projeto do Executivo, que é o Veto Parcial ao PLE nº 018/08, que cria o Departamento do Programa de Saúde da Família - DPSF. Não vou me referir aqui ao conteúdo do Projeto, mas a política nos traz, novamente, a fazer esse debate e esse embate, que é sobre a política do funcionalismo público da Prefeitura de Porto Alegre, da gestão Fogaça. Fogaça que renunciou ou abandonou a Cidade, pois a Cidade está abandonada, e não foi pela falta de contratações no serviço público, não foi pela falta de contratação ou da terceirização e “estagiarização” da Prefeitura.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores vem aqui trazer esses números à sociedade e dizer que a atual Bancada de situação, e que era oposição, fazia duras criticas ao Partido dos Trabalhadores, acusando-os, na época da Administração Popular, do grande número de CCs. Mas vamos aos números e vamos analisá-los! De 2001 a 2004, prezado Ver. João Antonio Dib, na Prefeitura teve um aumento de 427 funcionários públicos ativos no quadro da Centralizada. De 2005 a 2008, na devastadora era Fogaça, teve uma redução de 682 servidores ativos no quadro da Centralizada. E se nós incluirmos aí também a descentralizada, houve a redução de 1.400 funcionários; uma redução de 6% no quadro dos funcionários públicos municipais. A terceirização, nesse período, do final de 2004 até 2008, teve um aumento; nada mais, nada menos de 137 milhões de reais foram gastos a mais do que no ano de 2004, só no serviço de terceirização na cidade de Porto Alegre.

Agora, se nós pegarmos os CCs, em 2004, a Administração Popular concluiu a sua gestão com 425 CCs. Sabem quantos CCs há hoje na Prefeitura? Setecentos e setenta CCs. Portanto, de 425 para 770, teve um aumento de mais de 70% no número de CCs na Prefeitura, na gestão Fogaça.

Se nós pegarmos os estagiários, o Fogaça recebeu da Administração Popular a gestão com 1.912 estagiários. Sabem quantos estagiários havia no final de 2008? Três mil, cento e noventa e dois estagiários; um aumento de 70% no número dos estagiários. Estagiários e CCs para querer substituir os funcionários públicos municipais! As questões terceirizadas e os serviços são um caos! E o serviço público está um caos, tanto que um jovem morreu de choque elétrico em uma para de ônibus devido à falta de compromisso da gestão pública, da fiscalização, porque é terceirizado.

Portanto, eu concluo a fala da Liderança do PT, Sr. Presidente, quanto a esses números. Queremos fazer um debate sério, porque a Administração Fogaça inchou e não apresentou resultados efetivos; a Cidade está abandonada! Neste momento, Fortunati recebeu uma Cidade abandonada em todos os serviços. Um grande abraço.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu diria que o pronunciamento do nobre Ver. Carlos Roberto Comassetto foi intempestivo desde o começo, até porque ele começou falando no assunto que vai ser debatido nos próximos minutos, quando tratarmos do Veto, e nós poderíamos até acrescer detalhes, porque participamos, hoje pela manhã, de uma reunião com o Sr. Prefeito, com o Secretário da Saúde, com o Secretário de Gestão, com o Secretário de Governança, a Procuradoria, a comunidade, a Verª Celeste, o Ver. Proença, a Verª Fernanda, o Ver. Pedro Ruas, e soubemos de uma porção de coisas sobre o que está por acontecer em relação ao Programa de Saúde da Família. Agora, eu fico preocupado quando o Vereador traz dados que não são exatos. O problema, por exemplo, dos estagiários...

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não. Ele se equivocou; ele não mente. Eu acho que a pior coisa que há para um político é mentir, e o Vereador está equivocado, até porque nós temos um Portal de Transparência que foi uma solicitação, se eu não me engano, do Ver. Oliboni; o Portal de Transparência da Prefeitura funciona. Agora, tem que pegar todas as etapas do Portal. Não pode só pegar a primeira e esquecer da segunda, porque senão os números saem alterados.

Mas, de qualquer forma, eu também vou fazer um comparativo. Em primeiro lugar, eu quero dizer que o Prefeito Fogaça não abandonou a Cidade, até porque ele tinha o Vice-Prefeito que assumiu, legalmente, o comando da Cidade. Então, não abandonou a Cidade. Eu até poderia dizer que abandonou a Cidade o Tarso Fernando. O Tarso Fernando lutou para tirar o Fortunati do caminho, que seria o candidato natural do PT, e, depois, abandonou, e, para abandonar, ele lutou para tirar o Olívio do seu caminho na candidatura para a reeleição, tirou fora e perdeu as duas. Então, esse, realmente, abandonou.

Mas eu vou voltar no tempo. Eu deixei a Prefeitura com 17.500 servidores, ativos e inativos. Pouco tempo depois, o PT tinha 25 mil servidores. Agora, só tem uma coisa que é muito mais grave: eu estava proibido, e sou cumpridor rigoroso da lei, de terceirizar serviços, e o PT terceirizou tudo na Prefeitura - tudo - contra a lei. Alguns anos após ter terceirizado tudo, eles fizeram um Projeto de Lei e a Câmara aprovou.

Sobre estágios, no Estatuto dos Servidores, no Plano de Carreira, falava como objetivo de dar ao estudante da faculdade uma oportunidade de ele aperfeiçoar os seus conhecimentos na prática, não só na teoria da faculdade. Era por 11 meses e não podia ser no último ano da faculdade; o PT passou para dois anos, e vale tudo. Eu não tinha 80 estagiários na Prefeitura; eles tinham dois mil e tantos, que é o que tem na Prefeitura hoje; são 2.100 estagiários, é só olhar no Portal da Transparência. Eles se equivocaram nos dados que leram no Jornal do Comércio, que é uma boa reportagem, mas eles leram mal. Não foi o Jornal do Comércio que se equivocou, foram eles. Então, na verdade, eles são os culpados das coisas que acusam. Por isso que eles falam em fugir da Cidade; quem fugiu foi o Tarso Fernando, e fugiu para perder. E, para fugir, ele tirou do caminho, outro. Então, não podem falar! Ficou um excelente Prefeito, e nós temos a convicção de que vai levar ao final aquela Administração que iniciou em 2009, que é o nosso Prefeito José Fortunati. E nós todos, Vereadores, os 36, estamos aqui para auxiliá-lo para que a Cidade cresça de forma ordenada. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, depois dessa destemperada saída do nobre Vereador e meu amigo João Bosco Vaz, o Deputado Ciro Gomes não precisa de defesa; ele, só e somente só, campereando por este País, em todas as pesquisas de votos feitas, atinge, no mínimo, 10% de votos da população brasileira. Então, só e somente só, tendo ele 10% de votos já o torna um nome respeitável neste País. Na minha tese, ele seria o melhor candidato a Presidente deste País, e evitaríamos esse sim ou não, que nada levará de tão positivo.

Hoje eu quero fazer um registro breve sobre o Dia da Contabilidade. Ontem, dia 25 de abril, comemoramos, em todo o País, o Dia da Contabilidade. Em 1926, o Senador João Lyra Tavares, que é hoje o patrono da Contabilidade no Brasil, defendeu a regulamentação da profissão contábil no Congresso Nacional. Essa regulamentação se deu através do Decreto nº 20.158, de 30 de junho de 1931. Nessa longa história de atribuição exclusiva da Contabilidade, nós temos uma caminhada que merece ser refletida e, hoje, precisam ser feitas algumas considerações para que fiquem nos Anais da Câmara Municipal. A Contabilidade é a linguagem dos negócios; é através dela que se registram os fatos que são sumulados e divulgados para a sociedade. Por isso temos a Contabilidade como um instrumento, uma profissão que democratiza as informações das empresas. Nós medimos custos, receitas e resultados, e é através dessa democratização das informações que há o canal com que o Poder Público e a sociedade em geral fica conhecedora daquilo que acontece dentro das nossas empresas.

Por outro lado, nós temos na figura do profissional da contabilidade, uma pessoa, um cidadão que mantém uma relação muito próxima e íntima, meu caro Ver. Cecchim, com o Poder Público. Também merece o registro todo especial essa questão da conversa com o Poder Público, e eu, que tenho falado tanto aqui sobre a pequena e microempresa, acho que o técnico em contabilidade, o contador, seja, talvez, um dos únicos intervenientes nesse processo e, ao menos uma vez por ano, o nosso empresário, essencialmente o pequeno e o microempresário, se dirige ao profissional da contabilidade. Então, temos o contador como um confidente número um das angústias e das agruras por que passam pequenos e microempresários neste País, além, é claro, da grande e média empresa.

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Olha, meu caro Vereador, se nós formos falar nos larápios de profissão, a sua profissão também está assim! (O Ver. Airto Ferronato gesticula.) Eu, educadamente, não respondo. Mas está assim!

Um abraço a todos, obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; Ver. João Antonio Dib, Líder da situação aqui nesta Casa, Líder do Governo; e senhores oposicionistas, todos nós queremos elucidar os fatos ligados à Saúde no nosso Município, e, principalmente, sobre a gestão do Instituto Sollus, no tempo em que ele esteve à frente dos PSFs. Eu ouço muitos dados que são jogados no ar, dados sem comprovação. Eu acho que isso é muito ruim por um lado, porque, afinal de contas, os dados sem comprovação acabam formando uma opinião pública equivocada. Eu acho, Ver. Pedro Ruas, V. Exª que é o Líder da oposição, a função de todos nós, Vereadores, tanto de situação como de oposição, é ajudar a fazer com que a opinião pública possa ser melhor formada. Porque, se nós dermos dados equivocados para a opinião pública, é claro, ela vai pensar, vai raciocinar com os dados que nós passarmos para ela. Então, hoje, estive em contato com algumas pessoas ligadas ao Instituto Sollus que estão preocupadas também com os dados que são lançados no ar e com o modo como esse assunto está sendo discutido e foi discutido durante muito tempo, com aquilo que foi passado através de membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que, também, de alguma forma, ajudaram a formar a opinião pública que hoje nós temos.

Mas o que nós pretendemos - e eu falava hoje com o Ver. Pedro Ruas e depois falei com o Ver. João Antonio Dib -, é trazer esses dados que são levantados por essas pessoas, a fim de que nós possamos discutir sobre aquilo que existe, os dados reais, as prestações de contas, aquilo que é realmente devido pelo Instituto e aquilo que o Instituo tem para receber. E, de posse de todas essas informações, nós podemos fazer uma discussão sobre o que são os PSFs, o que representou esse período de gestão da Sollus no Município de Porto Alegre.

Quando ouço, muitas vezes, afirmações de que o Instituto Sollus roubou nove milhões do Município - nove milhões e seiscentos mil reais, diz o Ver. Engenheiro Comassetto -, eu tenho certeza de que se o Ver. Engenheiro Comassetto pudesse ser responsabilizado por qualquer mentira passada da tribuna, ele não falaria isso. Ele só fala, porque ele não vai ser responsabilizado por qualquer informação que ele jogar aqui da tribuna. Eu gostaria que os Vereadores, quando fizessem as afirmações, pudessem confirmá-las; por exemplo: “o que eu estou afirmando, saiu daqui”. E não apenas dizer que as ouviu de alguém. Isso não vale! Outro exemplo: “Mas a Polícia Federal colocou esse dado assim”. Isso também não vale. Eu quero ver as comprovações. Já que nós temos acesso às prestações de contas da Prefeitura Municipal e nós podemos ter acesso aos documentos daqueles institutos ou daqueles órgãos que prestam serviço para a Prefeitura Municipal. Baseados nisso, nós podemos fazer as nossas afirmações daquilo que realmente um órgão, um instituto, uma empresa qualquer representou na vida do nosso Município ou não. Sem isso, eu acho que é extremamente leviano nós fazermos uma afirmação, como, por exemplo: “Os dados são esses”; “Tal Instituto - no caso, o Instituto Sollus - roubou do Município de Porto Alegre nove milhões e 600 mil reais”. Pelos dados que eu vi, Ver. Pedro Ruas, eu acredito que a sociedade vai se surpreender quando puder verificar as prestações de contas que serão exibidas.

Uma coisa de que lembrei, e que achei extremamente salutar, foi um pronunciamento do próprio Prefeito Fogaça, em agosto do ano passado, em que ele afirmou não ter dúvidas de que o serviço prestado pelo Instituto Sollus à frente dos PSFs era um bom serviço. Então, não resta dúvida para nós, do Município, que o trabalho nos PSFs foi bem prestado. O nosso problema, o problema que nós discutimos aqui, é se houve prejuízo financeiro para o Município ou não. É com base nisso, com base nesses dados que estão sendo levantados - e eu até os pedi para os Vers. Pedro Ruas e João Dib -, que eu quero trazê-los até aqui para que possamos fazer uma discussão mais legal.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores e Vereadoras, prezado público que nos assiste, quero agradecer ao nosso Líder, Ver. Pedro Ruas; estou falando em nome da Bancada de oposição, e quero reafirmar toda a fala que fiz na Liderança da Bancada do PT.

Primeiro, quero dizer ao Ver. João Antonio Dib e ao Ver. Luiz Braz que venho a esta tribuna com muita responsabilidade. Portanto, as suas falas, quando tentam imputar à minha pessoa qualquer atitude de leviandade, retirem-nas da pauta, porque isso não é assim. Eu o demonstrarei agora nesta tribuna. Peço que a câmera me auxilie.

O primeiro fato, Ver. João Antonio Dib, de que o senhor nos acusa é de apresentarmos dados que não estão embasados; dados ao ar, dados ao vento. Não! Os dados que nós temos, comprovando que a Gestão Fogaça abandonou a Cidade, inchou a máquina pública, de onde são essas fontes? A primeira fonte é o Anuário Estatístico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e DOPA, mostra que há mais CCs, mais estagiários e menos funcionários. Portanto, gostaria que a câmera mostrasse os documentos para que a população possa vê-los. (Mostra documentos.) E diz o seguinte: que em 2005 nós entregamos a Prefeitura com 1.912 estagiários, e que hoje há 3.170 estagiários na Administração Direta e Indireta; um aumento de mais de 70% no número de estagiários.

Segundo ponto: os CCs, que na época eram 425, hoje são 770 CCs; um aumento de mais de 70%.

Portanto, Vereadoras e Vereadores presentes, o Prefeito Fogaça cumpriu o seu programa, sim. Cumpriu o seu programa no primeiro dia de Governo, onde seu único objetivo era derrotar a Frente Popular. Porque, a partir daí, não fez mais nada! E esse número de CCs foi para acomodar politicamente os doze Partidos que fizeram esse compromisso. É isso que nós temos que debater!

Ver. Luiz Braz, com todo o respeito que tenho pelo senhor: não venho aqui falar palavras levianas ao dizer que foram desviados 9,6 milhões de reais; esses números não são nossos. Esses números foram expressos para toda a sociedade pelo Ministério Público Federal, pelo trabalho feito, por quem? Pela Polícia Federal, numa investigação feita a pedido do Ministério Público. Esses dados são de conhecimento de toda a sociedade; esses mesmos dados estão no documento que o Ministério Público enviou, em outubro de 2007, ao então Prefeito Fogaça, dizendo que ele deveria corrigir o contrato feito irregularmente com o Instituto Sollus, que não mais deveria pagar antecipadamente, que deveria exigir do Instituto Sollus segurança no contrato. O que o Prefeito Fogaça fez? Nada! Ignorou a recomendação do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual. O que fez agora o Ministério Público Federal? Quebrou o sigilo bancário e telefônico do Prefeito Fogaça. É o primeiro Prefeito, na história de Porto Alegre, que tem o seu sigilo bancário quebrado, por conta de denúncias de corrupção. Por conta de denúncias de corrupção! É isso o que nós estamos discutindo aqui!

Portanto, meu prezado e querido Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, essas não são palavras ao ar, não. Prezado Ver. Luiz Braz, esses números não é a oposição que está inventando; esses números são números oficiais das instituições públicas que respeitamos muito. Tem roubo, sim, tem desvio na Saúde, e há inchaço na máquina pública. E o Prefeito Fogaça abandonou a Cidade - está aí para quem quiser ver! Muito obrigado. Um grande abraço!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras, eu até havia desistido de me manifestar, Sr. Presidente, mas, com o retorno do Ver. Comassetto a esta tribuna, eu preciso, neste momento, me manifestar, Ver. Luiz Braz. É danado ficar ouvindo uma vez; duas vezes, então, é cruel!

Eu não sei se o Ver. Comassetto pretende fazer a campanha do candidato dele ao Governo do Estado batendo na Saúde aqui no Município, para fragilizar a candidatura do José Fogaça. Se é isso que V. Exª está pretendendo, vou lhe dizer uma coisa: V. Exª vai encontrar sempre alguém para vir aqui para dizer que o senhor está fazendo um papel que beira o ridículo, porque, Ver. Engenheiro Comassetto, no momento em que V. Exª fica batendo em cima dos estagiários, em cima dos CCs, parece que esquece de alguns concursos “danadinhos” da época do seu Governo aqui em Porto Alegre, uns concursos em que algumas pessoas entravam meio à moda louca. Entravam para assumirem os seus postos já com a sua bandeirinha no ombro.

Então, vamos com calma, Ver. Engenheiro Comassetto!

Eu já estou desconfiado - nosso Coordenador da Bancada, José Natal - que o problema é com o PTB, porque mira uma Secretaria do PTB e só trabalha em cima daquilo. Daqui a pouco vai me parecer que é algum recado ao Prefeito Fortunati, para tomar a Secretaria do PTB; talvez seja isso, Ver. Engenheiro Comassetto.

 

(Aparte antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. NILO SANTOS: Não, Verª Sofia Cavedon, eu entendo do jeito que eu quiser. Entendeu errado... O Governo Lula não arrumou a vida de muita gente lá em cima? Não foram arranjados espaços para antigos adversários tradicionais, Ver. Engenheiro Comassetto? Não arrumaram espaços para esses tradicionais adversários? Um Governo cheio de escândalos! Que moral tem para vir... E outra: eu já lhe disse Ver. Engenheiro Comassetto: corrija na sua fala os dez milhões. Praticamente a metade desse valor está retido nos cofres públicos ainda; não foi para o Instituto Sollus. Corrija isso aí, porque o povo já estava cansado das suas mentiras, e, agora, vai descobrir que V. Exª continua mentindo. É uma barbaridade!

Esse tipo de oposição não leva a nada, Ver. Engenheiro Comassetto. Oposição que não reconhece a qualidade dos seus adversários é uma oposição que não tem valor. Não tem valor, Ver. Engenheiro Comassetto! Oposição de uma forma desequilibrada, oposição que trabalha em cima de mentiras, repetindo: dez milhões saíram, dez milhões saíram... E agora vem bater nos CCs. Se for contra os CCs, então demita todos os CCs que V. Exª tem no seu gabinete! Demita e peça que a Casa lhe forneça concursados, se o senhor acha que CC não trabalha! Demita os seus e pegue concursados!

Presidente Nelcir Tessaro, eu lhe faço uma solicitação: será que tem como substituir os CCs do Ver. Comassetto por concursados? Porque CC não é bom, não trabalha, não produz! Desse modo, o senhor não os deve ter em seu gabinete, Ver. Comassetto! Da mesma forma os estagiários que o senhor tem e indica aqui nesta Casa! Mande-os sair já, e que algum concursado ocupe esses espaços! É muito discurso, é muita enrolação para cima das pessoas, e me cansa ficar ouvindo esse tipo de coisa, Ver. Comassetto! Se o senhor quer fazer um bem para a Cidade, converse com alguns concursados que trabalham dentro das Secretarias, que o seu Governo deixou lá, peça que eles deixem as bandeiras dentro das gavetas e produzam mais para esta Cidade, porque eles não trabalham para este Governo, eles trabalham é para a Cidade, são pagos pelo povo desta Cidade para produzir para ela! E, no entanto, muitos municipários se posicionam com se fossem soldados de um único Partido e só trabalham para aquele Partido. São funcionários do Governo que está no Poder. Então, Ver. Comassetto, cansei de ficar apenas ouvindo V. Exª. Obrigado, senhoras e senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu escutei e assisti ao Ver. Comassetto em sua primeira fala e fiquei preocupado com algumas de suas declarações e interpretações. Eu queria, com todo o respeito, dizer a ele que abandonar a Cidade é mais parecido com aquilo que fez o irmão do Deputado José Genoíno, que abandonou às pressas a cidade, esqueceu o dinheiro nas cuecas e foi pego no aeroporto. Isso é abandonar a cidade, e abandonar a cidade às pressas! São assuntos que a gente não gostaria muito de comentar e, muito menos, de fazer graça, porque isso é muito grave!

Quanto a inchar a Administração Pública de CCs, eu acho que o Ver. Comassetto tem um grande exemplo, e nós até não nos queixamos muito, porque, em muitos lugares, deu certo! A Administração Federal contratou mais de 150 mil CCs, provavelmente sem passar pela Câmara Federal, provavelmente foi “em cima da perna” mesmo que se contrataram Cargos de Confiança! Então, não dá para ficar aqui atirando pedra em CC. Os estagiários, na Administração do PT, eram contratados por indicação dos seus padrinhos. Na Administração do Prefeito Fogaça, estagiário tem que se inscrever, passar lá, aí vem o estagiário que for selecionado pela Secretaria de Administração. Eu nunca conheci um estagiário antes de ele chegar na SMIC, eu nunca tinha falado com nenhum desses estagiários. Eles chegavam na SMIC através de uma seleção feita antes pela Internet, depois, pela Secretaria de Administração e, finalmente, nos seus postos de trabalho. Eu estranho muito, Ver. Comassetto, o senhor criticar os estagiários, que dão um suporte muito forte para toda a Administração, pois que trabalham muito. Eu não posso admitir que o senhor critique a contratação de estagiários. Eu acho que, além de darmos uma força importante para quem está começando a trabalhar, temos que reconhecer o trabalho que o estagiário faz em todos os setores da administração. Não é de se estranhar que se critiquem as contratadas, as terceirizadas; nós temos que ter, realmente, critérios para contratar.

Eu estou muito preocupado é com os postes que estão dando choque. Os postes que dão choque, as paradas que dão choque, as paradas em cima de viadutos, em curvas; as escadas rolantes expostas ao tempo, as suntuosas paradas da 3ª Perimetral, mas sem uso, com isso é que temos que nos preocupar, Ver. Comassetto. Temos que nos preocupar com as coisas malfeitas, sejam elas realizadas por servidor público, sejam elas realizadas por terceirizados. Eu acho que temos que ter, sim, é responsabilidade no cobrar, no fazer e no falar. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

 O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Exmo Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes de fazer o meu pronunciamento, eu quero dizer que está à disposição dos Srs. Vereadores, que ainda não receberam, a indicação das assessorias parlamentares de todos os órgãos do Governo Municipal, e quero também dizer que, se houver algum mau atendimento em relação a um dos Vereadores, eu gostaria de ser informado. Não significa que solicitando vai ser atendido. Virá “sim” ou “não”, mas um “sim” ou “não” muito bem educado. Quem não tiver ainda a relação, por favor, apanhe uma relação aqui.

Eu também quero dizer que, em momento nenhum, eu disse que o Ver. Carlos Comassetto fez um pronunciamento irresponsável, de forma nenhuma! Eu disse que era intempestivo, não era aquela a hora. Nós íamos vamos votar o Veto, então deveríamos debater o problema do Veto. Eu também disse que a reportagem do Jornal do Comércio estava correta, e que o número de estagiários era de 2.172, se eu não estou equivocado, e não três mil, como foi dito. Eram 2.172 e não 3.315. Aqui estão os Cargos em Comissão; está tudo detalhado no Jornal do Comércio. É claro que, quando eu falo, eu falo com tranquilidade.

Tenho um livro nas minhas mãos, cujo título é “Porto Alegre: o desafio da mudança”, com prefácio do Prof. Olívio Dutra. Na dedicatória, diz assim (Lê.): “Ao meu amigo João Dib, um relato pobre (no que me diz respeito) [porque é muito modesto] de uma experiência rica, para quem já viveu as angústias e as alegrias de ter administrado nossa Capital.” Assinado, João Verle, Vereador. Então, eu quero dizer aqui o seguinte: eu disse que, quando Prefeito, eu tinha 17.500 servidores entre ativos e inativos. Na verdade, eu estava equivocado; segundo o Prof. João Verle, eu tinha 17.138 servidores. Em 1992, o número já era 22.782; em 1997, já eram 26.700, e a Cidade não cresceu isso! Agora, eu vou dizer de novo: isto aqui é um documento do PT - “Porto Alegre: o desafio da mudança”, em que escreveram: Arno Augustin F., Guilherme Cassel, Janice Dornelles de Castro, João Verle, Jorge Santos Buchabqui, Liane Pessin, Maria Luíza Jaeger, Núcleo dos Economistas do PT, Paulo Müzell, Simone Mainieri Paulon, Tereza Campello. Esses foram os autores do livro. Então, eu quero dizer que o número de servidores da Prefeitura aumentou enormemente, e está documentado aqui no livro que o meu amigo João Verle me forneceu. Foi Vereador junto comigo, um bom Vereador, foi um bom Secretário da Fazenda, e eu acho que um razoável Prefeito também, apesar de ter deixado a Prefeitura com déficit. Mas eu não o culpo, porque, naquele tempo, a Prefeitura fazia muitos investimentos em CDBs e não aplicava em obras, nem fazia o atendimento do SUS, no início foi isso que aconteceu. E, no dia 30 de setembro de 2004, eles tinham cem milhões de reais em CDBs. No dia 1º de janeiro de 2005, tinha 175 milhões de reais de déficit, e o Fogaça teve que pagar cinco milhões de dólares, na primeira semana de Governo, para o BID. Então, eu não chamei ninguém de irresponsável - e não faria isso nunca -, até porque eu não conheço, aqui, nenhum Vereador irresponsável, mas não faria mesmo que fosse, e documentei agora o que eu disse. O que eu falei é que os dados estão à disposição: o Portal da Transparência é iniciativa do Ver. Aldacir José Oliboni, e nós ficamos muito contentes que ele esteja à disposição de toda a população. Agora, eu só disse que ele deveria ser consultado integralmente. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Aproveitamos a oportunidade para comunicar a todos os Vereadores que se encontram no nosso plenário os Assessores Parlamentares: da Secretaria da Saúde, a Srª Tania Couto; do DEMHAB, o Juliano; da SMOV, o Pingo Vilar; do DMAE, o Sr. Fornari. É muito importante a presença de todos, e estão de parabéns as Secretarias, ao enviarem seus assessores, justamente para que possamos melhor trabalhar com o Executivo.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2086/08 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/08, que cria o Departamento do Programa de Saúde da Família (DPSF), determina suas competências básicas e unidades de trabalho de sua estrutura organizacional, cria empregos públicos e cargos em comissão e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela manutenção do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 24-04-10 (sábado).

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em discussão o PLE nº 018/08, com Veto Parcial, que cria o Departamento do Programa da Saúde da Família - DPSF, determina suas competências básicas e unidades de trabalho de sua estrutura organizacional, cria empregos públicos e cargos em comissão, e dá outras providências.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu acho que o Veto Parcial de Sua Excelência, o Sr. Prefeito Municipal, há de ser aceito com tranquilidade por todos nós, Vereadores, uma vez que nós viemos debatendo, desde a semana passada, juntamente com o Executivo Municipal, e acho que nós vamos encontrar uma solução definitiva para o problema do DPSF, que é um problema realmente importante para a saúde dos porto-alegrenses, especialmente dos menos aquinhoados. A Verª Celeste, o Ver. Toni Proença e eu, na semana passada, levamos o problema ao Prefeito, que convocou, hoje pela manhã, uma reunião, onde estiveram presentes, além de nós, os três, mais a Verª Fernanda Melchionna e o Vereador, Líder da oposição, Pedro Ruas.

Portanto, ficou tranquilo, esteve lá o Ministério Público, mostrando a necessidade de fazer um projeto diferente do que existe aí, e ficou acertado, com alguma tranquilidade, penso eu, que nós aceitaríamos o Veto e, em 60 dias, após a nomeação do grupo de trabalho - que o Prefeito pediu que fosse esta semana, ainda -, nós teremos um projeto novo em que as entidades que atuam no PSF foram ouvidas e serão ouvidas novamente, dentro desse grupo de trabalho. E nós teremos, então, a oportunidade de analisar, com bastante tranquilidade, com conhecimento de causa, um projeto capaz de atender aos anseios da coletividade, que trata da saúde do povo porto-alegrense. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

O SR. ADELI SELL: Caro Presidente Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras, Vereadores, cidadãos e cidadãs que nos acompanham. Ora, vejam só, este assunto poderia ter sido liquidado há muito tempo, Ver. Dib. Não fosse o vaivém, não fosse a vacilação do Prefeito Fogaça, isso teria sido já realizado há bastante tempo. Não foi por falta de mobilização das pessoas que necessitam do atendimento médico, porque o clamor que a gente ouvia, há quatro ou cinco anos, só vem aumentando - só vem aumentando - como um trem que vem em alta velocidade, sem parar, sem poder parar, porque as coisas estão cada vez piores.

Nós poderíamos ter resolvido isso antes, não teríamos nenhum bate-boca, não teríamos o problema com a fundação não sei das quantas, com a fundação não sei de outras quantas, e, de quantas em quantas, nós vamos perdendo. Perde-se dinheiro pela estrada, perdem-se vidas nas cruzadas, perde-se a paciência, e perdemos todos nós: o povo, a Cidade, e os conflitos continuam.

Não nos peçam para resolvermos sozinhos o conflito. Se tivessem aceito, por exemplo, a ideia fundamental, principista, que está na Carta Maior de 1988, nós, para qualquer questão, hoje, teríamos a entrada das pessoas no serviço público, por concurso, por provas, e não teríamos essa confusão, essa esculhambação, essa “brigação”, e teríamos outras condições.

É, Ver. João Dib, eu ouvi V. Exª atentamente. Sei que V. Exª também me ouve atentamente. Então, temos de chegar a alguns denominadores comuns. Ajuda nós daremos, acompanhando, por exemplo, o Veto. Mas quais os compromissos que teremos hoje, aqui e agora? Os pactuados nas últimas horas? Sim ou não? Eu quero ouvir a base do Governo. Não quero ouvir um Partido, mas quero ouvir todos os Partidos da base do Governo.

Ah! Ver. Bosco, estou atento aqui. Estou cabreiro, estou sabendo que há divergências. Agora, tem a responsabilidade de quem deixou as coisas acontecerem como aconteceram.

O Prefeito deixou essa situação de abandono, de confusão, nas mãos do novo Líder, nas mãos do novo Governo, e nas novas pactuações internas. Sobramos nós aqui - o PSB, o PSOL, o PT -, sempre dizendo: “Atenção, cuidado, isso está errado!” Mas não nos ouviram; e deu no que deu.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli, a Emenda nº 20, que foi vetada por S. Exª, o Sr. Prefeito Municipal, foi assinada por todos os Vereadores.

 

O SR. ADELI SELL: É, é verdade.

 

O Sr. João Antonio Dib: E o Ministério Público entendeu que era incorreta.

 

O SR. ADELI SELL: É verdade. Mas nós, como somos democratas, mesmo discordando do Ministério Público em vários assuntos, nós damos muita atenção aos doutos promotores que nos orientam, que pedem a nossa atenção, e nós estamos aqui, evidentemente, para dizer que sim, podemos acompanhar o Veto, mas qual a pactuação, hoje? Qual a pactuação de amanhã? É a mesma? Teremos tempo para discutir como será, efetivamente, a entrada de pessoas no serviço público de saúde? Quais as garantias que teremos?

Nós aprovamos aqui a contratação de doze Veterinários; e não vêm. Faltam 122 fiscais da Prefeitura; não vêm. Vamos vetar hoje? Vetaremos! Mas, o que acontecerá amanhã? Eu quero a palavra de todos, do Líder e de todas as Lideranças Partidárias. Se houver a palavra, a confirmação à pactuação, terão o nosso apoio, como, diga-se de passagem, sempre tiveram. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Nelcir Tessaro; ilustres colegas Vereadores, quando se fala do Projeto que cria o Departamento do Programa de Saúde da Família, realmente a Emenda nº 20 é a que causa maior discussão e que, também, acabou suscitando as manifestações do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas.

É importante que se fale um pouco a respeito dessa Emenda nº 20, principalmente agora que se está construindo um novo Projeto.

A ideia do Legislador, ou seja, a nossa ideia enquanto Câmara Municipal, no sentido de fazer essa Emenda nº 20 - e uso esta tribuna para dar o depoimento de quem participou da sua construção, junto com os demais colegas - era de garantir a permanência daqueles trabalhadores que já estão em atividade no PSF, por três motivos.

Primeiro, a questão social. São quase mil empregados públicos que, de um dia para o outro, deixariam de labutar nas equipes de Saúde da Família.

Segundo, a situação é uma questão de justiça, porque grande parte deles, em algum momento deste processo, já fizeram concurso público, já fizeram processo seletivo. Então, não é justo deixar esses profissionais fora do trabalho.

E o terceiro, e mais importante - é importante que você, que está em casa, observe e entenda isso -, é que a permanência desses profissionais garante a estabilidade do Programa; a estabilidade do seu atendimento em casa.

Por esses três motivos, é importante, é fundamental, é imprescindível que nós tenhamos uma solução para este caso. A minha posição já está bem clara com relação a isso. Eu já coloquei aqui, em Audiência Pública, que achava o Projeto ruim; o Substitutivo era pior ainda, e nenhum dos dois tinha resposta para este problema.

Mas vão dizer: “E os sindicatos, o que pensam?” Bom, os sindicatos, muitos deles, a partir daquela Audiência Pública, começaram a atentar para este problema, e começaram a entender que esses profissionais também fazem parte do seu sindicato e que este problema realmente vai constituir-se em algo que pode comprometer a continuidade do Programa de Saúde da Família.

Quero dizer a todos esses profissionais que recebi aqui mais de vinte e-mails. Li alguns na semana passada; continuo recebendo outros, e durante a campanha de vacina nos PSFs, quando andamos pela Cidade, recebemos solidariedade, e esses profissionais podem contar que têm voz, vão ter voz, nesta tribuna, na defesa dos seus interesses, que são interesses legítimos e que nós precisamos defender.

É importante que se fale dessa situação, e é importante que se sublinhe - como já falei aqui desta tribuna - que emprego público que se refira à Administração Direta, Indireta e autarquias não pode prescindir de concurso público. Então, essa história de dizer que os profissionais vão ser contratados como celetistas e que não vai haver concurso público é uma enganação, não é a verdade! Eles podem, sim, ser contratados como celetistas do Município, e essa contratação pode ser através de concurso público. As coisas não são incongruentes. Essa matéria de que profissionais da Administração Direta, Indireta, Autarquia - médico, enfermeiro e técnico de enfermagem - podem ser contratados por concurso público ou não, está em discussão no STF, mas a Justiça... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Desculpe, Ver. Dr. Thiago, não conseguimos segurar seu tempo.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós vamos manter o Veto, até mesmo por consideração ao nosso Secretário da Saúde, o Casartelli, que esteve nesta Casa na sexta-feira passada, Ver. João Dib, esteve reunido com a Mesa, com os Líderes, e assumiu compromissos aqui. Um dos compromissos está sendo honrado, Sr. Presidente, que é a presença da Tania Coelho, que é Assessora da Saúde e estará representando a Secretaria da Saúde nesta Casa. Então, bem-vinda, Tania. A Tania está à disposição de todas as Bancadas, de todos os Vereadores, inclusive algum encaminhamento que necessite ser feito pode ser entregue à Tania.

Por orientação do próprio Prefeito, em 60 dias, será encaminhado um novo Projeto, e - inclusive serve de informação para a própria oposição - a sociedade civil organizada participará da sua construção. Obtive a informação, agora, com o Líder do Governo, Ver. João Dib, de que a Câmara tomará conhecimento de todas as etapas que forem realizadas. Ela será abastecida de informações, Ver. Cecchim, durante todo o processo de elaboração do novo Projeto. Então, senhoras e senhores, resta acompanharmos o Veto e aguardarmos para que esse novo Projeto venha a contemplar essa demanda da nossa Cidade. Fica aqui o apelo da nossa Bancada do PTB para que todas as Bancadas acompanhem o Veto Parcial ao Projeto. Muito obrigado, senhoras e senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, discutir o Veto Parcial, neste momento, traz à tona algo que já falávamos desde 30 de março de 2008, quando o Projeto apresentado pelo Governo entrou nesta Câmara. Um Projeto eivado de problemas e de erros que nós, a oposição desta Casa, Ver. Nilo Santos, fez questão de apontar, de divulgar, de salientar, especialmente as recomendações do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Estadual no que tange à questão do Programa de Saúde da Família - PSF - em Porto Alegre.

A mesma recomendação de alerta em relação ao Instituto Sollus foi feita pelo Ministério Público no que tange à contratação de profissionais, e essa recomendação, Ver. Nilo, é muito clara no primeiro item, que diz o seguinte: “Recomendo ao Exmo. Prefeito Municipal de Porto Alegre e ao Sr. Secretário Municipal da Saúde que adotem as seguintes providências”. A primeira delas diz, clara e especificamente: “abster-se de contratar profissionais para a área de Atenção Básica à Saúde do Município, incluindo a função dos agentes comunitários de saúde e os demais trabalhadores vinculados à Saúde da Família, a qualquer título, sem a realização de concurso público nos moldes legais”.

O Ver. Dr. Thiago, que há pouco me antecedeu, sabe e conhece o teor dessa recomendação.

Preocupados com essa recomendação, na CCJ, sob a presidência do Ver. Pedro Ruas, tomamos conhecimento do Veto Parcial que está aqui no plenário e imediatamente procuramos construir, com o Vereador-Líder do Governo, o Ver. João Antonio Dib, uma saída, de fato, para essa situação caótica da cidade de Porto Alegre no que tange aos PSFs. Falávamos disso lá em 2007, 2008, quando a Bancada de oposição apresentou um Substitutivo, que não foi levado em consideração pelo Governo Fogaça, porque partia da Bancada de oposição, e um Substitutivo que foi trabalhado, organizado num GT que envolveu todos os sindicatos e a Câmara Municipal no sentido de colaborar para a efetividade desse Projeto, um Projeto eivado de problemas em cuja discussão estamos novamente nos deparando.

Aliás, o melhor seria que o Prefeito tivesse vetado totalmente esse Projeto. Ele faz um Veto Parcial, e lamentavelmente este Veto diz respeito às conquistas dos trabalhadores da Saúde, que foram articuladas neste plenário, na votação. Lamento profundamente que não tenha vindo um veto total a este Projeto, porque, se assim o fosse, estaríamos mais tranquilos.

Mas, de qualquer forma, tivemos a reunião com o Prefeito Fortunati, que assumiu novamente a rediscussão de uma proposta alternativa, ou seja, de apresentar em 60 dias um novo projeto e, mais do que isso, solicitou que acolhêssemos o Veto Parcial e comprometeu-se, perante nós - o Líder da situação, da oposição e todos os representantes dos trabalhadores da Saúde de Porto Alegre, de todos os sindicatos, inclusive o Sindicato dos Agentes Comunitários -, de que não haveria a regulamentação desta lei, tendo em vista a necessidade de um novo projeto de lei sobre esse teor. Nós concordamos com essa possibilidade, e queremos mais: queremos participar ativamente desse trabalho, como fizemos até então. Se tivéssemos votado o Substitutivo apresentado pelas entidades não governamentais, conduzido pela Bancada de oposição, talvez tivéssemos resolvido esse problema, o que até agora não fizemos. Agora nós temos uma data: 60 dias para esse GT apresentar o projeto. A Dra. Ângela Rotunno, do Ministério Público, deu a data de 28 de junho para a apresentação do Projeto no Ministério Público. A partir daí, esse Projeto virá para a Câmara para que, de fato, nós possamos regularizar a situação dos agentes comunitários, e não apenas deles, mas de todos os trabalhadores da Atenção Básica do Município de Porto Alegre. Está na hora de enfrentarmos essa questão de forma coerente, possibilitando, cada vez mais, resolver esse problema no Município de Porto Alegre. Portanto, a nossa intenção em participar de todo esse trabalho em desenvolvimento é para garantir aquilo que o Conselho Municipal de Saúde já fez e considerou, em 2008, com a apresentação de uma proposta alternativa. Talvez, agora, o Prefeito Fortunati - parece-me que tem essa intenção - tenha ouvidos e disposição política para fazer aquilo que o Governo Fogaça não fez até este momento.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, queria cumprimentá-la por essa postura, e dizer que talvez o Veto Parcial seja uma das soluções encontradas. Que bom que nós estamos discutindo para acharmos uma saída em conjunto; que bom que estamos discutindo uma construção na Câmara de Vereadores. Por isso, eu queria cumprimentá-la pela postura de nos darmos as mãos para construirmos uma solução definitiva. A cada tempo tem-se o medo de que não venha mais recurso federal para o PSF, mas acho que estamos no caminho certo, sim, de construirmos uma saída duradoura; que isso não sirva nem para um lado nem para o outro, mas que seja em benefício da cidade de Porto Alegre, principalmente de seus moradores.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Essa foi a nossa intenção, Ver. Idenir Cecchim, já em 2008, quando apresentamos a possibilidade de diálogo, o que nunca foi aceito pelo Governo Fogaça. Lamentavelmente, tenho que dizer isso; é um testemunho vivo, aqui, que está colocando essa questão. Não foi possível e não foram levadas em consideração todas as questões apontadas, especialmente pelo Conselho Municipal da Saúde, pelos sindicatos pertinentes que atuaram fortemente na construção desse Substitutivo. E, agora, me parece que o novo Prefeito está dando ouvidos a essa questão, até porque, agora, a Emenda ao Projeto ficou muito... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna se inscreve e cede seu tempo para a Verª Maria Celeste, que continua com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Sr. Presidente, agradeço sua tolerância; pode descontar o tempo que utilizei a mais. Há uma inquietude de um Vereador que parece não estar gostando da minha fala, mas eu estou trazendo, Ver. Dr. Thiago Duarte, toda a articulação política que foi feita desde 2007, quando, então, eu era Presidenta desta Câmara, em que, numa audiência pública, o movimento popular da Cidade, o movimento dos trabalhadores da Saúde da Cidade, trouxeram à tona essas questões com que hoje estamos nos deparando.

E, pasmem, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Câmara Municipal foi acusada de não ter votado em tempo hábil esse Projeto. Eu ainda fiz a colocação, especialmente ao Ministério Público, que estava nessa reunião, que só foi levada à votação de fato por insistência da Comissão de Saúde desta Casa, presidida, então, pelo Ver. Carlos Todeschini, e por insistência do Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, que, no final do ano passado, colocou esse Projeto em votação. Se isso não tivesse acontecido, certamente o Projeto ainda não teria sido votado. O que, para nós, e parece uma contradição na minha fala, quando eu digo que deveria ter sido vetado na sua totalidade, provocou a rediscussão da necessidade de um Projeto correto do ponto de vista jurídico, que dê garantia e estabilidade aos trabalhadores da Saúde, inclusive aos agentes comunitários do Município de Porto Alegre. E vai dar, também, a tranquilidade necessária para o atendimento da população na Rede de Atenção Básica de Saúde, o que não são apenas os PSFs da nossa Cidade, mas todos os equipamentos que tratam da Rede de Atenção Básica de Saúde, que é uma responsabilidade do Prefeito Municipal.

Essa história de dizer que é temerário nós mantermos o programa do PFS através de Projeto de Lei, porque não é uma garantia federal, é um completo engodo. A Rede de Atenção Básica de Saúde é de responsabilidade do Município, portanto, do Município de Porto Alegre, do Prefeito Fortunati. Agradeço pelo tempo, Verª Fernanda Melchionna.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, eu queria corroborar o seu pronunciamento, trazendo a fala do Procurador-Geral, Geraldo Da Camino, do Ministério Público de Contas, durante a reunião de hoje de manhã, em que eu estava presente, e o Ver. Pedro Ruas, Líder da oposição, também, dizendo que independentemente da estratégia da Saúde da Família não estar regulamentada como um Projeto permanente, é evidente que assim o será pelo avanço que houve na atenção básica para as comunidades do nosso País como um todo. Entretanto, caso acontecesse algum retrocesso, esse quadro de médicos, de equipes da Saúde da Família, poderia, imediatamente, ser reincorporado no quadro municipal da saúde, nos hospitais, na atenção básica, que, inclusive, não só ajudaria o Município nesse caso, como se faz também necessário vendo o tamanho das filas por que a população passa no Hospital Presidente Vargas, vendo o tamanho das filas do Hospital Pronto Socorro, vendo o tamanho das filas em todos os hospitais da nossa Cidade, que merecem uma atenção. Então, eu queria colaborar com essa contribuição que o Dr. Geraldo Da Camino trouxe, pois eu acho que corrobora a sua tese.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Muito bem lembrado, Verª Fernanda, a importância de nós tratarmos desse tema, e, mais do que nunca, também a importância que esta Câmara tem de buscar construir, em nível nacional, uma articulação política para que, de fato, os PSFs não sejam mais apenas um programa em nível nacional, mas que possam dar sustentação jurídica e legal para que os Municípios tratem desse tema a partir de um projeto, especificamente no que contém pela questão dos agentes comunitários, para dar guarida aos municípios no sentido da normatização jurídica necessária em nível nacional. E aí a Câmara Municipal tem responsabilidade sobre isso, de fazer essa articulação política em nível nacional, para que possamos efetivamente resolver essa questão. Nós temos à disposição o interesse, e, portanto, a nossa participação nessa reunião, hoje pela manhã, com o Prefeito foi no sentido de construir a solução necessária, especialmente para...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que nos acompanham nesta tarde, falar do Programa de Saúde da Família é falar sobre os últimos 15 anos em que foi implantada essa estratégia na cidade de Porto Alegre e em nível nacional. Também é necessário que se faça um reconhecimento ao Governo José Fogaça, que duplicou essa estratégia na cidade de Porto Alegre. Hoje, nós temos mais de cem Programas de Saúde da Família, atendendo a população que tanto precisa, a população mais necessitada, muito especialmente a das nossas vilas populares. É uma estratégia que se impõe que seja regulamentada de uma maneira nacional, de uma forma definitiva. Nós não podemos deixar que cada Município tenha uma postura em relação a uma estratégia dessa relevância, como é a Estratégia de Saúde da Família.

Hoje nós estamos num momento importante, que é a sequência de várias ações, um número muito grande de reuniões de que participamos, de avaliação do Projeto que foi apresentado, de participação das entidades, dos Agentes Comunitários, dos médicos, dos enfermeiros, de todos que fazem parte do programa.

Temos que fazer alguns reconhecimentos nesta tribuna, entre os quais ao nosso ex-Presidente da Casa, Ver. Sebastião Melo, que colocou esse processo a andar dentro da Câmara de uma maneira forte, através de uma votação importante e da construção de uma série de Emendas ao Projeto que criou o Departamento de Saúde da Família. No final da Legislatura passada, tivemos o encaminhamento dessa matéria. Hoje, restam algumas dúvidas, tanto que estamos nos defrontando com o Veto Parcial, que precisamos manter. Por quê? Porque existe uma perspectiva nova na Cidade de que, nos próximos 60 dias, construamos, de maneira conjunta, um processo definitivo que vai abarcar realmente a Estratégia da Saúde em Porto Alegre.

Eu acredito que o processo que veio a esta Casa, e de que tantas reuniões nós participamos... Em 2007, quando eu era Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, e a Verª Maria Celeste presidia a Casa, tive a oportunidade de presidir neste plenário uma Audiência Pública histórica, quando, na época, saiu o pessoal da FAURGS e houve a contratação de uma nova empresa. Independentemente do novo processo, nós estamos também junto com o Instituto de Cardiologia, tomando conta dessa estratégia na Cidade, de uma maneira muito forte e dinâmica, e não se tem queixa das Estratégias de Saúde da Família e dos PSFs da Cidade. A queixa que se tem, e que todos nós temos, é que precisamos avançar cada vez mais nos vazios da nossa Saúde pública, que não são de hoje. São vazios que vêm desde que a Saúde pública existe e que, dentro das possibilidades, temos procurado atender da melhor maneira possível. É muito importante, pois estamos passando por um novo momento de construir a estratégia da Saúde da Família em Porto Alegre de uma maneira definitiva.

Nesses 15 anos em que ela existe, eu lembro de que participei do Conselho Municipal de Saúde lá na sua implantação em Porto Alegre. Na sua implantação, para os nossos telespectadores terem uma ideia, as associações de moradores é que contratavam essas equipes. Os contratos praticamente não existiam, era “no fio do bigode”, vamos dizer assim. Houve uma série de problemas, aí é que entrou, depois, a FAURGS. Então, ao longo do tempo, existiu um avanço, e nós podemos aqui ter um momento histórico de resolutividade para fazer com que essa estratégia aconteça na Cidade da melhor maneira possível. É nesse objetivo que eu acho que todos nós estamos irmanados, e vamos, juntos, constituir, para Porto Alegre, aquilo que ela mais necessita, que é um atendimento cada vez mais amplo, cada vez mais digno, cada vez mais resolutivo na Saúde Pública. Isso passa pela estratégia da Saúde da Família da nossa Capital. Saúde para todos! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente, Nelcir Tessaro; meus colegas Vereadores e colegas Vereadoras, inicialmente eu quero dizer que nós tivemos avanço nessa matéria. Primeiro, eu quero dizer que os PSFs, aqui em Porto Alegre, não começaram no Governo Fogaça - em 1994, era o Governo Tarso -; portanto eles começaram no Governo Fernando Henrique, Ver. Cecchim. O Governo da Frente Popular esteve por dez anos trabalhando nesse modal. Segundo, os PSFs atendem hoje 300 mil pessoas em Porto Alegre, o que é muito importante. O modelo adotado em Porto Alegre não é um modelo de Porto Alegre; as Prefeituras do Brasil inteiro adotam esse modelo. É o melhor modelo? Não é o melhor modelo. Mas o que o Prefeito Fogaça mandou para esta Casa, fruto da pressão da sociedade e até do Ministério Público, Ver. Todeschini...

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas a vinda do Projeto se deu por pressão da sociedade e do Ministério Público, que, ao assinar um Termo de Ajustamento de Conduta fez com que o Projeto viesse à Casa.

Eu reconheço que o Governo não queria votar essa matéria. Eu reconheço isso. Porque mandou para atender a um dispositivo do TAC. E esta Casa teve a responsabilidade de dizer o seguinte: não, se o Governo mandou, e se o Governo não retirou, vamos votar a matéria; e fizemos!

Agora, eu também tenho que chamar atenção, porque eu não votei nessa matéria, na Emenda nº 20, mas eu quero olhar para cada um dos senhores aqui, todos que já discursaram, num só bloco e numa só voz. Quem é contra o concurso público aqui? Todos que vieram à tribuna disseram que são a favor do concurso público. E a Emenda nº 20, que foi aprovada, aborta o concurso público. Ela diz que quem estava trabalhando teria direito à estabilidade. É o que diz a Emenda nº 20. Essa Emenda, portanto, é contraditória, porque prega a Constituição Federal, e pregamos todos nós que temos um mandato popular, que você ascende ao cargo público por concurso.

Então, o Governo vetou por recomendação dos Ministérios Públicos. Não de um só. Mas essa Emenda não é do Governo, é do conjunto do Legislativo.

 

(Aparte antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Verª Sofia Cavedon, essa Emenda é da totalidade dos Vereadores desta Casa, que, atendendo à galeria de 500 pessoas que estavam aqui, com justeza, pessoas que trabalham, que são dignas, são honradas, são enfermeiros, são médicos, mas querem manter a sua estabilidade, e o texto constitucional não dá abrigo a isso.

Agora, dizer que não teve avanço... Não teve avanço. Por quê? Porque o Projeto enviado cria o departamento de Saúde da Família. Ou seja, eu não vou ter mais a FAURGS, que foi recomendada pelo Tribunal de Contas, que queria cobrar uma taxa, e o Governo entendeu que não dava para pagar. Encontrou-se a solução da Sollus, que deu no que deu; eu não estou discutindo o mérito. Mas antes era a FAURGS, que não foi construída por este Governo.

 

(Aparte antirregimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas poderia ter tido, ou se teve rolo não veio à tona. Ou nunca teve, porque o escândalo é uma corrupção que não deu certo.

Agora nós temos o Instituto de Cardiologia, alguém há de levantar alguma suspeita sobre o Instituto de Cardiologia? Não. Mas ela é uma figura jurídica que é estranha a essa relação. O que o Governo propôs foi criar um departamento dentro da Secretaria, não é uma outra figura jurídica, não é autarquia, não é uma S.A., não é uma empresa pública, mas é um departamento que diz: “Nós, diretamente, vamos cuidar desse processo”. É um avanço, porque vamos sair da Sollus, sair da FAURGS, sair do Instituto de Cardiologia e atender diretamente, dentro do Poder público.

Agora, Ver. Toni, V. Exª que contribuiu muito com essa matéria, por que os Governos não fazem concurso? Acho que esse é o fulcro da questão, Ver. Cecchim, V. Exª falou sobre isso num aparte. O Governo Fernando Henrique foi quem concebeu essa matéria. O Lula teve a grandeza de seguir as linhas mestras do Governo Fernando Henrique em quase tudo, na Economia nem se fala, ele foi muito mais além; na Saúde, ele seguiu várias coisas, entra as quais os PSFs. Agora, vamos imaginar que elejam um Presidente da República que diga que a partir de então não vai repassar nenhum recurso para os Municípios do Rio Grande do Sul ou do Brasil. O que vai acontecer? O que vamos fazer com 200 médicos concursados? Com 300 enfermeiras concursadas? Esse furo é mais em cima, Ver. Oliboni; essa discussão está no andar de cima! Nós não podemos colocar a canga onde ela não deve ser colocada...

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. DJ Cassiá se inscreve para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial, e cede seu tempo ao Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Agradeço, Sr. Presidente; agradeço, Ver. DJ Cassiá, para que eu possa concluir meu raciocínio. Esse furo está no andar de cima! Eu não posso dizer por que os governos do PT fazem isso, os governos do PFL, do PSDB, PCdoB fazem a mesma coisa; por quê? Porque essa foi a forma encontrada para assistir milhares de pessoas lá na vila popular que precisam do médico, que precisam do enfermeiro, do agente comunitário e dependem do recurso que é tripartite: é Federal, Estadual, Municipal.

Portanto, eu vim a esta tribuna porque acho que é preciso analisar a floresta, não posso olhar só a árvore. Eu sei que muitos conhecem essa matéria, Dr. Raul, mais do que eu, mas eu sou um generalista e acabo adentrando várias áreas, e esta é muito cara para nós. Porque aquele cidadão que ficou lá desde 1994, mudaram o Instituto e ele permaneceu; eu sei que é muito difícil dizer para ele: “O senhor agora vai ter que entrar num processo de seleção que não é nem concurso público, mas o senhor vai ter de entrar de novo”. Eu sei que é difícil para ele fazer isso, mas o Ministério Público agiu corretamente ao recomendar, ao dizer: “Olha, os senhores fizeram uma coisa inconstitucional”.

Eu também quero aproveitar, Ver. Raul, Ver. Mario Manfro e mais a Bancada da Saúde, Dr. Thiago Duarte, para dizer que não faltam recursos na Saúde do Brasil, e, aliás, não são recursos de impostos. Não tem dinheiro de imposto na Saúde do Brasil; as contribuições que o Brasil criam são enormes, e se você olhar o recurso fiscal na Saúde é zero. Aliás, o Governo Federal utiliza o dinheiro do recurso da Saúde para várias outras questões. Quando ele criou a desvinculação da Receita dos 20%, onde é que ele buscou o dinheiro, Ver. Cassiá? Buscou na Saúde. Eu posso dar vários outros exemplos, aqui.

A Saúde é cara? É. A Saúde precisa de gestão? Precisa. Agora, o Rio Grande não é uma ilha, Porto Alegre não é uma ilha. Eu acho que nós temos as mesmas dificuldades que o Brasil tem, Verª Fernanda. O Sistema Único de Saúde, na minha avaliação, foi o maior avanço que este País teve nos últimos 20 anos. Vejam o que o Obama fez, agora. Os Estados Unidos não têm Saúde pública; tudo é privado. O que ele aumentou foi a cobertura do seguro - ele aumentou a cobertura do seguro para aqueles que não podem pagar. Lá não tem rede pública de Saúde.

O Brasil tem dificuldades, sim, mas hoje você não olha lá na fila se o sujeito tem dente, se ele bota casaco, se ele bota gravata, quem é o seu pai, quem é a sua mãe, quem é o seu irmão. Não! Ele tem direito a ter acesso ao sistema. É o melhor sistema? Não é o melhor sistema. E acho que os PSFs, sem dúvida alguma, são um grande avanço, porque o PSF consegue, Ver. Oliboni - V. Exª que é um dos maiores defensores dessa matéria -, ele consegue mapear a gestante, consegue mapear o idoso, consegue mapear aquela pessoa que tem dependência de droga; ele consegue localizar na sua região, no seu bairro, conhecer a sua comuna, conhecer a sua família, o seu jeito de viver. E eu diria mais: nós precisamos aumentar, sim, os PSFs. Belo Horizonte tem 300, ou mais, 600. É para isso que Porto Alegre tem que marchar. Nós temos que colocar mais recurso, nós temos que unir esforços, nós temos que somar, porque PSF faz bem para a vida de uma Cidade. Os noventa e poucos que existem hoje são muito pouco para uma Cidade com um milhão e meio de habitantes, que tem uma clientela muito vulnerável.

Portanto, Presidente, quero agradecer mais uma vez ao DJ Cassiá. Acho que há avanço. Por quê? Porque nós criamos um Departamento, e o Governo, agora, vai ter que construir conosco e com a sociedade uma alternativa, que não é esta alternativa, mas...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu estou impressionada, e talvez as conjunturas expliquem o tamanho da barbeiragem que o Governo Municipal fez, porque aqui nós temos três datas emblemáticas.

Em 20 de agosto de 2007, os três Ministérios Públicos: Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Estadual recomendam ao Prefeito Municipal José Fogaça - consta como recebido - que a terceirização na Saúde apenas pode ser feita para complementação, para atividades complementares, e explicitamente diz que este não é o caso do PSF.

Vão mais adiante: os três Ministérios recomendam que o Governo Municipal, o Prefeito Fogaça - em 20 de agosto de 2007 - se abstenha de contratar profissionais sem a realização de concurso público. Isso é uma recomendação de três Ministérios Públicos, em agosto de 2007, que determinam que, em 12 meses, se realize concurso público, admitam-se os profissionais da Saúde Básica. Vamos lá, isso em agosto de 2007.

Em 28 de março de 2008, seis meses depois, o Governo manda para cá, o mesmo Prefeito que recebeu essa recomendação, um Projeto de Lei, criando empregos públicos - é verdade que tem que fazer concurso para empregos públicos -, argumentando que era possível o regime celetista - está na Justificativa do Projeto -, sustentando que era possível o regime celetista dentro das Secretarias, num Departamento, Ver. Sebastião Melo, e criando os empregos públicos. E aí, na data de 22 de março, portanto seis meses depois da recomendação do Ministério Público - “Não terceirize, não contrate, faça concurso público” -, o Governo vem com um Projeto monstrengo.

Nós fizemos, aqui, grandes debates, dizendo que ele não era constitucional, que havia uma polêmica jurídica, que, se quisesse fazer CLT, que criasse, então, uma Fundação, uma empresa pública, Ver. Oliboni - lembro muito deste argumento -, que o Projeto ia dar com os “burros n’água” porque ele não teria sustentação jurídica.

Em 22 de março de 2010, dois anos depois - e, diga-se de passagem, que foram dois anos depois não pela morosidade da Câmara de Vereadores -, o Ver. Sebastião Melo, aqui, deu depoimento; a Verª Maria Celeste; os dois Presidentes dos períodos - e eu me lembro que pelo menos por seis meses o Projeto ficou com o Ver. Garcia, Líder do Governo, na época, engavetado; só para responder à nossa Procuradoria, que disse que o Projeto era inconstitucional, mesmo já tendo o Ministério Público alertado antes. Seis meses, Ver. Dr. Thiago, com o Ver. Professor Garcia! E foi andar com muita polêmica, em função de manifestação dos trabalhadores, porque se prorrogava contrato temporário com os Agentes Comunitários.

Neste pouco tempo, eu não vou conseguir contar toda a história, mas quero dizer o seguinte: o Veto, agora, vem justificando que temos que atender o Ministério Público. Por que não atenderam lá, em 2007, os três Ministérios Públicos? Pior: o Veto foi muito mal feito, porque o Veto veta CLT, artigo do Governo, Ver. Sebastião Melo: não veta só as nossas Emendas; veta artigo do próprio Governo - inconstitucional. Mas deixa o art. 6º, criando todos os empregos públicos, Ver. Dr. Thiago. Emprego público não é cargo público.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que nos assistem, muita atenção; aqui nos fundamentos do Veto, Verª Fernanda, está dito o seguinte, pela palavra do Executivo Municipal (Lê.): “Ademais, impende destacar que uma das diretrizes fundantes da Recomendação dos Ministérios Públicos foi a adoção do regime estatutário para os profissionais do PSF. Em assim sendo, este Poder Executivo apresenta veto aos dispositivos do presente projeto que determinam a adoção do regime celetista para os profissionais do PSF”. Isso aqui está na redação do Veto enviado a esta Casa.

Vejam, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero fazer aqui uma correção à fala do Ver. Melo. Eu e a Verª Fernanda retornávamos de Copenhague, naquele dia da votação, e ficamos no aeroporto de São Paulo, porque o nosso voo atrasou. Nós não votamos, porque eu não votaria nessas duas Emendas que pretendem acomodar a situação, o que, para mim, é criar um “trenzinho” mesmo.

Quando entrei nesta Casa, fiz um juramento de cumprir a lei, a Constituição. Então, eu não posso votar em um projeto flagrantemente inconstitucional e ilegal, porque fere os dispositivos da organização do Estado brasileiro e os estatutos do funcionalismo público. Portanto, esse Projeto não teve o nosso voto.

Ademais, as entidades, junto com a nossa Bancada - eu não sei se o PSOL assinou junto - elaboraram uma matéria, um Projeto substitutivo que dava conta de corrigir os problemas e as falhas que esse Projeto aprovado continha. Continha, porque não contém mais. O Projeto agora é encaminhado para que este Plenário vote o Veto. Vote a favor do Veto, inclusive, porque ele não tem o que o salve. O Veto fulmina a essência do Projeto, que é o regime funcional. É muito lamentável, porque o próprio Governo pede o Veto a um Projeto que ele envia e quer aprovar nesta Câmara, que vem com todos os vícios, com todos os erros, com todos os problemas. Vejam só o tamanho da gravidade do assunto, porque o Governo aprova aqui, com ampla maioria, o Veto, porque, se dependesse da vontade da oposição, nós teríamos aprovado o Substitutivo e resolvido a situação; teríamos acabado com as terceirizações e com a “privataria”, como vimos acontecer em larga escala com o Sollus e em outras situações, e teríamos a questão limpa e solucionada. Agora, vejam só, os que nos assistem: o Governo pede um Veto a um Projeto de Lei que aprova aqui, que envia e aprova por ampla maioria. Isso é muito lamentável, por quê? Em primeiro lugar, o Governo, ao pedir o Veto a seu próprio Projeto - evidentemente aqui apontado pelo Ministério Público - reconhece publicamente o erro e a gravidade do erro, Verª Fernanda, Verª Sofia. E pede que nós, agora, façamos o Veto. E faremos, votaremos, porque não há alternativa.

Agora, com isso, nós temos mais de dois anos e meio passados; uma situação procrastinada, continuam as terceirizações, se existia problema na FAURGS - e devia ter -, esse problema se agravou sobremaneira, Ver. Braz, com a contratação do Sollus. A situação é muito grave, é gravíssima. E agora também o IC-FUC tem problemas, e nós continuamos dependendo das terceirizações, o que é muito lamentável, senhoras e senhores. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver. Todeschini, que é um Vereador de muita competência, falha quando faz essa acusação última ao Governo de que teria colocado um Veto a seu próprio texto, porque o que o Prefeito vetou foi uma Emenda colocada nesta Casa ao texto que foi apresentado por ele, não foi um Veto à matéria que ele apresentou. Lá na Comissão de Constituição e Justiça, nós colocamos a nossa opinião favorável à manutenção do Veto, porque existe uma indicação, Ver. Todeschini, do Ministério Público, nas três esferas, apresentando óbice à forma como o Governo estava contratando os profissionais. E a manutenção desses profissionais, via CLT, realmente, era impossível.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, é muita bondade sua, Ver. Braz, eu agradeço. Eu vou ler aqui, novamente (Lê.): “Ademais, impende destacar que uma das diretrizes fundantes da Recomendação dos Ministérios Públicos foi a adoção do regime estatutário para os profissionais do PSF. Em assim sendo, este Poder Executivo apresenta veto aos dispositivos do presente projeto que determinam a adoção do regime celetista para os profissionais do PSF”. Portanto, não são só as Emendas, também as Emendas com as quais eu tenho acordo, mas o fundamental é a adoção do regime. Obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Todeschini, o que eu gostaria que fosse explicado é, se nós fizéssemos o concurso público também para os PSFs, como é que nós iríamos compatibilizar os médicos que hoje ganham, no PSF, cinco mil e quinhentos, seis mil reais, e os outros médicos que ganham dois mil reais? Existe médico que ganha sete mil lá no PSF, quase sete; e os outros médicos ganham dois mil! Ou como iríamos arrumar dinheiro no Orçamento para pagar todos no mesmo nível, na base de sete mil, porque o que está acontecendo hoje, Verª Sofia Cavedon, é que os médicos dos postos de saúde - isso V. Exªs não vêm falar aqui da tribuna - têm uma carga ou deveriam ter uma carga de seis horas e fazem duas. Eu conheço postos de saúde - o Ver. Dr. Thiago discorda de mim -, porque vou visitá-los, onde os médicos deveriam estar trabalhando seis horas e estão trabalhando duas horas, e sabem por quê? Pensam eles: “Eu estou ganhando pouco, eu tenho que compensar isso lá no meu consultório”. E fica tudo por isso! O Município não fiscaliza - isso não é de agora; isso é histórico aqui no Município de Porto Alegre - e o médico não trabalha.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Olha, é um outro aspecto. O Governo Municipal, mais uma vez, induz à Câmara a erro, porque veta o art. 7º, que previa CLT, e mantém o artigo que cria emprego público. Emprego público é, necessariamente, por definição, ligado ao regime celetista. Como é que nós, Vereadores, vamos nos posicionar?

O SR. LUIZ BRAZ: Não, não existe mais. Pela Constituição Federal, Ver. Sofia, não existe mais o emprego pela CLT no serviço público; só pode ser através de concurso público, a não ser aquela Emenda Constitucional, que estão julgando agora, que dá oportunidade para que esses profissionais da Saúde sejam contratados dessa forma. Mas todos nós aqui somos contrários; estamos concordando com o Ministério Público que não pode ser assim. Eu vou aceitar o Veto, mas eu sou inconforme em não arrumar um jeito... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, é preciso dizer aqui que nós estamos discutindo, sim, e para quem não lembra quando o Governo Municipal dispensou a FAURGS, e, numa justificativa que não nos convenceu, foi a São Paulo e trouxe a Sollus. Também não convenceu, até porque essa empresa lesou os cofres públicos, Ver. Todeschini, e, agora, por ter afastado a Sollus, quem gerencia o Programa de Saúde da Família é o Instituto de Cardiologia, que, por sua vez, também ainda não está nos convencendo, por várias razões. E a principal delas vou aqui justificar, pois dentro do Projeto de Lei ora apresentado pelo Governo, deveria se fazer uma prova seletiva para ampliar os PSFs, e nem esse Instituto, que a Tania está assumindo, não faz, mas deveria fazer essa prova.

Este Projeto de Lei, que lá no TAC - Termo de Ajustamento de Conduta -, feito com os Ministérios Públicos, e que o Governo deveria votar num curto prazo, e, após, votar este Projeto de Lei, que foi votado no final do ano, teria seis meses para implementá-lo, mas estamos novamente num grande imbróglio. Imbróglio este que, por uma orientação do Ministério Público, o Governo acaba vetando parte do Projeto. Por isso, nós estamos discutindo o Veto Parcial ao Projeto de Lei do Governo Municipal.

Mas o que, então, o Governo Municipal está vetando? O primeiro artigo cria o Departamento do Programa de Saúde da Família dentro da Secretaria Municipal da Saúde. O Governo não vetou a criação do Departamento dentro da Secretaria Municipal da Saúde, Ver. João Dib; portanto, ele está dizendo que vai fazer concurso público, por incrível que pareça! Se eu tenho a concepção de que há um novo departamento dentro da Secretaria, eu tenho de ter os trabalhadores todos iguais, equiparados pelo concurso público, portanto, estatutários. Se eu tenho uma outra modalidade que possa ser uma autarquia, aí, sim, eu posso reger esses trabalhadores através da CLT, e que, portanto, poderá ser através de uma prova seletiva, como está fazendo, hoje, o Instituto de Cardiologia.

Então, o Governo percebeu que está numa situação difícil, e podemos dizer que até o Instituto de Cardiologia está administrando, mas está admitindo legalmente novos trabalhadores no momento em que está constituindo uma nova equipe para o Programa de Saúde da Família.

E aí, Ver. Dr. Thiago, vai na linha que V. Exª fala. Bom, esses trabalhadores que há tanto tempo foram admitidos, e que, de 54 equipes passaram para 94, foram admitidos sem concurso público, com uma prova seletiva feita por quem? Pela Sollus; e agora pelo Instituto de Cardiologia. Qual é garantia que o Governo vai dar para continuar no Programa? Até então, não há. E o Governo vai demiti-los? Eu pergunto isto! Até acredito que não, seria uma incoerência autorizar uma entidade a gerenciar um programa e depois dizer que autorizou ilegalmente.

Então, o Governo precisa encontrar duas formas: a forma do regime que vai gerir o Programa - estatutário ou celetista -, e a forma como vai dizer a esses trabalhadores que estão nas equipes que foram ampliadas, se eles vão continuar ou se vão fazer uma prova seletiva ou concurso público; o Governo se contradiz muito.

Aí há uma questão que é louvável. O novo Prefeito, o Fortunati, cria uma comissão, cria uma nova relação com as entidades que estão gritando por causa dessas irregularidades, e diz exatamente que essa comissão, através de um acordo com o Secretário, tem 30 dias para vir aqui dar uma satisfação - e a Comissão de Saúde já marcou a reunião para o dia 18 de maio -, e, em 60 dias, a apresentação de um Projeto de Lei nesta Casa.

Portanto, nós temos aqui, sim, uma situação muito delicada, que, na verdade, nos deixa uma grande preocupação, porque algumas Emendas aqui aprovadas, e uma delas é deste Vereador... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Aldacir José Oliboni continua com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Mauro, que me cede seu tempo; agradeço ao nobre Presidente pela oportunidade de poder terminar a minha manifestação, e dizer que muitas das Emendas que aqui foram aprovadas são louváveis; uma delas, que o Governo não vetou, criou uma expectativa de futuro para os PSFs: a sua ampliação. O Governo tinha mandado um Projeto para cá, criando, nos quatro anos de Governo, mais cem equipes, e uma Emenda, que foi deste Vereador, ampliando para 200 equipes, sendo que, no mínimo, 50 equipes por ano seriam mantidas.

Portanto, o Governo criou, e está mantendo no Projeto de Lei, não só a criação do Departamento, como também as 200 novas equipes, e isso vai oportunizar a criação de muitos empregos, o que é salutar. Mas, mais salutar ainda, é que esses empregos, esses cidadãos vão atender a população, população essa que hoje está desassistida.

E, não é por acaso que as Emergências estão lotadas; não é por acaso que muitas coisas deste Programa estão erradas. Eu diria, Tania, que pode levar o assunto ao novo Secretário para verificar - eu falo na Tania, porque ela está aqui representando a Secretaria -, que o prêmio de assiduidade pago pelo Governo Federal ao Estado, e o Estado paga para o Município - o Estado está dizendo que já passou para o Município. Pois esse prêmio se refere ao ano passado; portanto, esses trabalhadores já deveriam ter recebido em janeiro deste ano. Nós já estamos chegando quase em maio, e os trabalhadores não receberam!

Além disso, temos três hospitais em Porto Alegre que fazem uma parceria para ampliar as equipes do PSF. Pois esses três hospitais cometem duas grandes irregularidades. A primeira delas: estão demitindo agentes comunitários que fizeram a prova seletiva antes de 2006, Ver. Mario Manfro! Portanto, eles têm estabilidade, eles têm que ser absorvidos pelo Poder Público, e não foram. Pois esses convênios, essas parcerias estão demitindo esses agentes comunitários. Se eles entrarem na Justiça, vão ganhar, é óbvio!

Então, temos que entender a complexidade de tudo isso; temos que perceber também que esses parceiros estão pagando um piso inferior ao que o próprio Município paga. Vejam só, o Município paga um determinado piso que também é inferior ao piso nacional, e nem vou dizer aqui o valor que os prestadores de serviços conveniados do Município pagam, porque ele é agressivo. Mas faço um pedido ao Governo e ao seu Líder de que verifiquem, porque nós, enquanto Comissão de Saúde, Ver. Luiz Braz, vamos chamar aqui esses quatro prestadores que hoje infelizmente não cumprem com as normas reais e legais dos contratos estabelecidos com o gestor.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu não sei se entendi bem quando V. Exª disse que o Governo deveria absorver para os seus quadros pessoas que entraram antes de 2006, sem concurso público.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Ver. Luiz Braz, a Emenda Constitucional nº 51 estabelece que todos os agentes, sejam comunitários ou de endemias, que fizeram a prova seletiva, anterior a 2006, devem ser absorvidos pelo Poder Público. Os agentes comunitários hoje não recebem pelo Instituto de Cardiologia, eles recebem pela Prefeitura, é isso que estou lhe falando.

 

O Sr. Luiz Braz: E entraram nos quadros da Prefeitura como servidores estatutários?

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Não, eles são celetistas, mas foram absorvidos por força de uma Emenda Constitucional Federal.

 

O Sr. Luiz Braz: Que é a Emenda nº 51, cuja constitucionalidade ainda hoje está sendo contestada.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Contestada é uma coisa, mas está valendo.

 

O Sr. Luiz Braz: A mesma coisa que estamos falando da Emenda nº 20 estamos falando da Emenda nº 51. O que há de diferença é que as duas são emendas inconstitucionais, tanto a Emenda nº 51, como a 20. Só que V. Exª ressalta a Emenda nº 20 como se fosse o demônio, e fica endeusando a Emenda nº 51...

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Ver. Luiz Braz, eu nem falei na Emenda nº 20. Vossa Excelência talvez esteja meio confuso, porque não ouviu. Eu estou frisando que a Emenda nº 51 garante absorção real e legal, tanto é verdade que o Município está fazendo a absorção dos agentes comunitários. Portanto, eles não podem ser demitidos. Pode-se fazer uma parceria com o prestador, como fez o Hospital Divina Providência: absorveu alguns agentes, fez a prova seletiva, mas os demitiu - não pode, não poderia!

Portanto, para concluir, quero dizer que, apesar de tudo, estamos acreditando que o Governo nos ajudará a resolver esse imbróglio. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial. (Pausa.) Desiste. O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. João Pancinha.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Vereador-Presidente Bernardino, subo novamente à tribuna para concluir aquele raciocínio que tínhamos desenvolvido antes. Quero complementar algumas informações que foram colocadas aqui. A primeira é que realmente não acreditamos que o funcionário celetista tenha seu vínculo empregatício fragilizado, porque acreditamos na CLT; historicamente, acreditamos na CLT. Fomos nós que fizemos a CLT, foi Vargas que fez a CLT, foi Brizola que defendeu a CLT. Então, de forma nenhuma, ser celetista é precarizar a forma de contratação do serviço público.

Com relação aos médicos, quero dizer que concordo com o Ver. Braz, quando ele diz que o celetista, na verdade, em função do vínculo empregatício, acaba tendo efetivamente uma remuneração maior. É isso que observamos na prática, Ver. Braz, mas discordo frontalmente quando o senhor se refere ao trabalho dos médicos. O Município de Porto Alegre hoje só atende à Saúde por causa do trabalho desses profissionais. Claro que desses e dos outros, mas, sem dúvida nenhuma, a assistência à saúde, sem o atendimento médico, é muito precária. Então, esses profissionais, na verdade, são que levam a Saúde de Porto Alegre à frente. O problema da Saúde de Porto Alegre não são os seus profissionais, os seus médicos; o problema da Saúde está em outras coisas. A solução, sim, inicia pelos profissionais, mas não o problema.

Fico muito preocupado, quando o Ver. Todeschini fala em “trenzinho da alegria”. Na verdade, não é um “trenzinho da alegria”, porque esses profissionais já fizeram concurso público e prova celetista, quando ainda era a FAURGS, quando a FAURGS era quase um Departamento da Secretaria Municipal de Saúde. Então, não é justo dizer isso desses profissionais. E, segundo, volto a dizer: não levar isso em conta vai causar instabilidade no atendimento à Saúde de Porto Alegre; além de ser uma coisa injusta, além de ser uma coisa socialmente não correta, vai causar instabilidade no atendimento.

Quero, por último, referir o que a Verª Sofia colocava aqui sobre a questão do cargo público, do emprego público. O cargo público pode ser enquadrado em duas situações: empregado público, que é o celetista, e funcionário público, que pode ser estatutário ou CC. Ambas as situações, tanto a de funcionário público como a de celetista preveem, sim, concurso público. Então, acho que está atendida a solicitação do Ministério Público no sentido de se ter concurso público, e essa matéria - de quem é profissional da administração indireta, direta ou autarquia não poder ser contratado como celetista - vai causar enormes problemas se for levada adiante; diga-se assim do Hospital Conceição, do Hospital de Clínicas...(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Registro a visita do nosso colega Ver. Ervino Besson, hoje Secretário Extraordinário da Copa 2014 - Secopa. (Palmas.)

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo, parece simples o tema que nós estamos discutindo hoje. E o Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib, há poucos minutos me falava: “Mas se todos concordam com o Veto, para que o debate?” Queremos dizer que o debate é importante, porque nós vamos fazer uma votação de um Projeto do Governo, que o mandou para esta Casa; e eu quero fazer um registro que tem que ser feito aqui. A nossa Bancada, junto com muitos dos movimentos sociais, construiu um Substitutivo que resolvia esse problema, mas que foi derrotado pela base do Governo. Como diz o Ver. Sebastião Melo: não se pode olhar a árvore, temos que olhar a floresta. E a floresta, na verdade - o ex-Prefeito Fogaça foi embora, abandonou a Prefeitura, deixou mais esse problema. Até porque ele disse, em 2008, que deixaria a Prefeitura com 200 equipes de PSFs. Está escrito aqui. (Mostra documento.) (Lê.): “Ampliar de 90 para 200 equipes de Saúde da Família”. O Fogaça foi embora, abandonou a Prefeitura e deixou a Cidade com as mesmas 90 equipes. E o problema continua! E nós vamos votar o Veto, vamos aceitar o Veto.

Eu quero fazer um desafio ao Líder do Governo: essa Lei não vai se tornar realidade; ela não vai ser aplicada, porque não tem condições políticas e nem condições técnicas de essa lei ser aplicada. Essa é a realidade! E esse problema se arrasta. O Ministério Público veio a esta Casa, em 2007, e disse que era para fazer concurso público naquela época, ou seja, lá em 2007. Nós estamos em que ano? Em 2010; três anos após, e nada do que foi dito foi feito. Inclusive, Ver. João Antonio Dib, o mesmo Ministério Público recomendou, nessa mesma data, ao ex-Prefeito Fogaça que rompesse com o Sollus, que não continuasse pagando. O que ele fez? Nada. E o desvio de 9,6 milhões foi feito. É o mesmo tema da Saúde: temos que olhar a floresta, não podemos olhar somente a árvore. É esse o debate que estamos fazendo aqui hoje, é essa a questão que temos que fazer. O Ver. Dr. Thiago está fazendo o maior esforço para que os funcionários continuem - eles merecem, são bons trabalhadores -, mas, infelizmente, o problema não vai ser resolvido. Por quê? Porque o rumo político que o Governo Fogaça deu para esse tema é um rumo equivocado, é um rumo errado. Ver. Brasinha, o que venho dizer aqui é que as mães batem nos postos de saúde, e muitos deles estão fechados! É o caso do Posto de Saúde Belém Novo, que está fechado até hoje! Portanto, o problema não é simplesmente aceitar ou derrubar o Veto. Vamos aceitar, porque o Veto é inconstitucional, numa própria lei do Executivo.

Agora, eu faço um desafio aqui: que a população e o segmento social da saúde analisem esse Veto que será votado hoje, que vai dar condições de o Governo sancionar ou não a lei. Eu quero justamente acompanhar a questão da aplicação da lei. Essa lei não é aplicável na política pública que nós estamos discutindo dos Postos de Saúde da Família.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Existe um acordo firmado entre a oposição e a situação, que tem a garantia do Prefeito Fortunati, que foi quem criou esse Grupo de Trabalho, de que no prazo de 60 dias ele apresentará uma nova lei e que essa lei, cujo veto parcial nós vamos aceitar hoje, não será regulamentada antes desses 60 dias, para que se construa uma solução o mais próximo do definitivo.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Toni Proença, o senhor está trazendo novidades. Eu sou Líder do PT e a oposição não sentou com o Governo para fazer essa discussão. Pode ter havido a presença de alguns Vereadores, mas a oposição não discutiu isso e ainda não há esse acordo firmado com a oposição. Podemos até discutir. Portanto, concluo dizendo que a tese que estou defendendo aqui está correta na política. Há um caminho a ser andado ainda. É isso que nós estamos discutindo: que não é só o Veto. Se nós não solucionarmos os problemas dos PSFs em Porto Alegre, vamos continuar votando, derrubando Veto, vindo outra lei e não resolvermos. Se não houver concurso público, como preconizou a Constituição e o Ministério Público, não vai resolver. Um grande abraço.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu ouvi, há pouco, que há um entendimento para votar pela manutenção do Veto. Quero aqui registrar que voto pela derrubada do Veto. Parece-me que nesse sentido só acompanhamos eu e o Ver. Dr. Thiago Duarte.

Sou funcionário público de carreira, aposentado com 35 anos de trabalho, trabalhei na União, no Estado e no Município. Não sou daqueles, meu caro Ver. João Bosco Vaz, que compreende que é só o funcionário concursado que tem, vamos dizer assim, a prerrogativa de melhor desenvolver as atividades no Executivo, no Legislativo ou em qualquer outro órgão. Eu acredito nessas instâncias, também, com relação ao próprio Cargo em Comissão. Acho que eles prestam belo serviço à Pátria brasileira. E mais: acredito que é de cada um assumir a sua responsabilidade. Nós, no serviço público, hoje, estamos repletos, meu caro Ver. Dr. Thiago Duarte, de estagiários - tem cá minha referência, meu respeito todo especial -, e muito de contratados de terceiros, terceirizados, empregados de uma empresa. Compreendermos que esses empregados daquela empresa não contribuem com a sua participação no processo de execução das coisas eu acho que é “puxar as brasas para o nosso assado”, é compreendermos que nós somos os bons e eficientes, e que os outros têm lá as suas deficiências - para ser conciso. Por outro lado, nós acompanhamos - e aqui se discute, se grita, se berra - o exemplo da Sollus. Por que uma empresa de São Paulo, lá do Interior de São Paulo, a salvadora do conhecimento, a detentora da exclusividade do saber, sem concurso público, vem para cá e presta o mesmo serviço que nós temos aqui? Uma terceirizada de São Paulo pode vir aqui, meu caro Ver. Thiago, e contratar terceirizados para prestar um serviço, e, daqui a pouco, vai embora? Ora, nós temos na nossa estrutura gente que foi treinada, capacitada, pessoas que estão envolvidas, que prestam um belíssimo trabalho à sociedade! Agora vamos ter de varrê-las da situação, vamos expurgá-las do processo? Eu sou funcionário público, concursado, há 35 anos. Agora, vamos varrer esse pessoal do processo e vamos contratar todos novos? Tem de haver a transição para que não se cometa uma extraordinária injustiça.

Portanto, meus caros Vereadores, mudemos de posição, porque não é tão pacífico assim o que diz o nosso Ministério Público. O Ministério Público, que respeito bastante, não tem o poder da decisão; ele tem o poder da indução do processo. Meu caro Ver. Thiago, perdemos nós dois, mas sabendo que nós não podemos varrer do processo, tirar da Prefeitura e botar todos funcionários novos. A transição, meu caro Presidente, é necessária em todos os grandes processos de mudança, para não atrapalhar, principalmente, o cidadão pobre de Porto Alegre, aquele que precisa do PSF.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado Ver. Airto Ferronato, vou ser breve, porque o seu tempo está terminando.

Só para tirar uma dúvida, a concorrência é livre, não é através de um pregão que se escolhe A, B ou C?

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Nem sempre é assim. Há possibilidade...

 

O Sr. DJ Cassiá: Eu estou lhe fazendo uma pergunta.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Nem sempre. Há possibilidade de contratação direta, e se é o melhor, ele ganha. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, há poucos minutos, da tribuna, eu disse que ainda não havia acordo da oposição para construir um novo Projeto de Lei.

O Ver. Toni Proença me informa que o nosso Líder da oposição, Pedro Ruas, participou de uma reunião, hoje. Portanto, inicia-se um processo, o conteúdo ainda não existe. Essa foi a minha fala.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Nós aceitamos o registro.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 018/08, com Veto Parcial, por cedência de tempo do Ver. Maurício Dziedricki.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho aqui só para falar algumas coisas ao Ver. Engenheiro Comassetto. Como o Ver. Engenheiro Comassetto gosta do Fogaça, como gosta do Fogaça! V. Exª não vem uma vez sequer nesta tribuna se não for para jogar “no ventilador” coisas contra o Prefeito José Fogaça.

Se vocês eram tão bons, por que não continuaram na Prefeitura? Por que vocês não fizeram o que estão cobrando? Vocês não fizeram nada nesta Cidade! Deixaram tudo quebrado, literalmente sucateado, e ainda querem ter razão, Ver. Engenheiro Comassetto. Toda hora é só isso!

Eu não ia falar, queria que a votação fosse rápida. V. Exª vem e repete, se tiver oportunidade de falar trezentas vezes, vai repetir: o Fogaça abandonou a Cidade! É mentira, Sr. Vereador, é mentira, porque tem um cidadão que é Prefeito desta Cidade agora: o José Fortunati! O Prefeito José Fogaça passou a ele o cargo.

Se fosse um Prefeito ruim o povo não o teria reelegido. O povo teria elegido a sua Prefeita, que prometia acelerar o processo da vinda do metrô, e até hoje não acelerou nada. Ela é Deputada Federal, por que não mandou vir o Trensurb para cá, que ela prometia? Por quê? Só sabe falar mal. Quando V. Exª virá a esta tribuna e dará um depoimento das coisas boas que estão acontecendo na Cidade? Agora, o Prefeito José Fortunati manda para cá o Projeto e o senhor é contra! Quando será a favor? Quero dizer que eu gosto das coisas boas que acontecem. O senhor, Ver. Comassetto, bate todo o tempo no Prefeito José Fogaça! Por que o senhor não reconhece? Uma hora mira de um lado, outra hora para outro lado. Hoje eu vi que o senhor gostou de bater no Fogaça, bater no Fogaça, bater no Fogaça! Por quê? Eu iria pedir para o Ver. Comassetto ir lá falar com o Prefeito Fogaça... (Problema com o som.)

Sr. Presidente, faltavam dois minutos e dez segundos, o cronômetro está com problema.

Mas quero voltar ao assunto e dizer que sei que o Ver. Comassetto quer ver a Cidade bem; mas por que ele não cobrava com toda essa veemência do Prefeito deles que ficou durante 16 anos no Poder?

Quero dizer, Ver. Dib, que tenho a maior admiração pelas coisas boas que acontecem nesta Cidade, não interessa se foi o PT quem fez; se é bom, é bom para todos. O Fogaça não abandonou a Cidade.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha - aproveito para reiterar que faltavam dois minutos e dez segundos para terminar o seu pronunciamento -, quero falar da Saúde, porque o fato é que a população votou no Prefeito Fogaça para ser Prefeito durante quatro anos e não no Vice-Prefeito Fortunati; mas não quero entrar nesse mérito. Quero perguntar onde estão as cem equipes de Saúde da Família que o Prefeito Fogaça prometeu que daria a mais para Porto Alegre? Ele prometeu 200 e hoje temos 101 equipes. Onde estão as 99 faltantes? E por que no bairro Rubem Berta, onde moram 80 mil pessoas, não há uma equipe do Programa Saúde da Família?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Fernanda Melchionna, faltam ainda dois anos e meio para completar o mandato, e ainda podem ser alcançados. O Prefeito José Fortunati pode fazer isso, e nós podemos chegar lá! Mas e vocês, que prometeram tanto? Aliás, V. Exª não, mas o PT, que prometia tanto... Eu mesmo acreditava muito no PT, nas promessas que fazia, naquelas promessas milagrosas, gastavam horrores...

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, apenas para informar: deu problema na Saúde de Canoas nesta semana, que é administrada pelo PT; e Porto Alegre está socorrendo a população de Canoas. Minha solidariedade, então, ao povo canoense, que, infelizmente, está sofrendo com a Saúde, lá.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Vereador.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Não há mais quem queira discutir. Em votação o PLE nº 018/08, com Veto Parcial. O Ver. Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; colegas Vereadores e Vereadoras, venho aqui encaminhar em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, para que nós venhamos a fazer mais um remendo, hoje, apoiando este Veto, sim, porque o Projeto é inconstitucional, ele não vai resolver o problema da Saúde.

Quero dizer ao Vereador que me antecedeu nesta tribuna que uma questão é ter respeito pelas pessoas - e tenho o maior respeito pela figura do ex-Prefeito Fogaça, que abandonou a Cidade. Tenho discordância e não concordo com a sua gestão, que foi uma gestão péssima para a Cidade, tanto que os problemas dos PSFs até agora não foram resolvidos. Nós estamos aqui debatendo, e o Prefeito Fortunati anunciou que vai criar mais um Grupo de Trabalho, e nós estaremos nesse Grupo de Trabalho para ajudar a resolver o problema dos PSFs; estaremos lá, contribuindo. Agora, parece que vai ser diferente, porque o Prefeito Fortunati, hoje, convidou o nosso Líder e a Verª Maria Celeste para dialogar, coisa que o Fogaça não fez com a oposição durante todo o tempo. É isso que estamos discutindo aqui: a sua postura como gestor.

E digo mais: está nos jornais de hoje, o Prefeito Fortunati está propondo criar o Gabinete da Emergência. Por que o Gabinete da Emergência? Porque a Cidade está um caos, porque ele precisa resolver os problemas emergenciais desta Cidade. São as mortes que acontecem, são os postos de saúde fechados, é a falta de médicos; é a iminência, novamente, de todos os funcionários dos PSFs serem demitidos - tivemos que resolver isso aqui nesta Casa três vezes. É isso que estamos discutindo aqui hoje.

É um Veto que parece pouca coisa, mas é um Veto a um Projeto estratégico da Cidade; estratégico para que nós possamos analisar a diferença entre uma gestão e outra, porque, em 2004, nós entregamos a Prefeitura com 86 Postos de Saúde da Família - 86 Postos de Saúde da Família! E hoje existem 96; foram construídas dez equipes em seis anos e meio! É isso que estamos discutindo aqui.

Portanto, com toda a tranquilidade, eu tenho maior respeito pelo poeta ex-Prefeito Fogaça, tenho o maior respeito por ele; agora, como gestor público, por favor! No tema da Saúde, está aí o caos! Ou vocês querem que eu repita todo o caos da Saúde que estamos vivendo? Querem que eu repita aqui?

Ver. Brasinha, quando o senhor passa com o seu caminhão lá nas comunidades, cantando o parabéns, o senhor sabe que aquelas famílias estão sem saúde, que as crianças estão morrendo. Neste final de semana - está nos jornais - os postos de vacinação não abriram, foi um caos lá nos postos de saúde. É isso que estamos discutindo, é isso que tem que ser analisado.

Não sou eu que estou dizendo: é a imprensa. Ou será que a imprensa é de oposição?

Portanto, é um Veto a uma Lei para a qual foi feito um acordo com o Ministério Público. O Fogaça fez um acordo com o Ministério Público que, em março de 2007, enviaria o Projeto a esta Casa para fazer o concurso público; enviou uma Lei toda torta para a qual nós apresentamos um Substitutivo, que não foi aceito. Mandou outra Lei, que veio para esta Casa e que foi votada com Emenda; agora, ele veta parte da sua própria Lei, porque o Ministério Público recomenda que é inconstitucional. É isso que nós estamos discutindo aqui.

Portanto, não me venham com lero-lero, aqui, agora, como se ele fosse o grande gestor público, o salvador de Porto Alegre, o pacificador do Rio Grande! O que é isso?! Por favor!

Portanto, a nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, vai continuar discutindo o tema da Saúde. Vai atender, sim, o pedido do Prefeito Fortunati, para participar dos debates. Nós somos propositivos. Agora, o que o Fogaça fez para a Cidade, para a Saúde, não se faz! Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, apenas para, em nome da oposição, retomar uma questão importante. O Ver. Dr. Thiago não concordou comigo, e fui trazer os termos legais.

O Ministério Público já deixou claro para o Governo, em 2007, que era ilegal terceirizar o Programa Saúde da Família; foram três Ministérios Públicos! O Prefeito Fogaça, na época, não ouviu. No ano seguinte, mandou para cá um Projeto de Lei esdrúxulo - e hoje isso está provado - em que criava um Departamento de Saúde da Família dentro da Secretaria de Saúde, Ver. Dib, com toda a polêmica do regime celetista. E, agora, manda de volta, vetando o seu art. 7º - além das Emendas de transição que nós fizemos aqui, é verdade, mas vetou o art. 7º, de autoria do Prefeito Fogaça, que previa regime celetista. E vetou, dizendo que os Ministérios Públicos estão dizendo que não é possível! Quer dizer, primeiro não escuta o Ministério Público, e, depois, escuta. Claro que, no meio dessa história toda, teve o episódio Sollus. Eu acho que o episódio Sollus trouxe grandes lições para a cidade de Porto Alegre. No episódio Sollus, o MP tinha avisado, o Tribunal de Contas tinha avisado, talvez esta seja a grande mudança.

Nesse meio-tempo, eu quero apenas, de novo, lembrar que nós propusemos um Substitutivo construído com o conjunto das entidades, que propunha cargo público, todos concursados, os profissionais da Saúde da Família, Ver. Dib, e fizemos uma Emenda de transição, dizendo que poderia ficar na terceirização quem estivesse, para ninguém ser demitido. Era uma boa solução! Vereador, o Governo não quis; o Governo não quis, não foi uma saída respeitada.

Agora, por fim, o Governo veta, mas mal, é isso que eu quero deixar muito claro; nós vamos acompanhar o Veto, Ver. Comassetto, é verdade, porque o Projeto vai ser considerado inconstitucional, não adianta derrubar o Veto. Ele é ruim, ele não tem remédio desde o início, e isso não é brincadeira. Isso bota a vida de muitos funcionários, de novo, na berlinda, que são os funcionários do Programa Saúde da Família. Ver. Dib, eles vão ter que esperar mais meses para ter uma solução, mas eu acho que tem avanços com o Prefeito Fortunati. Tem avanços; ele está reconhecendo que está mal e vai fazer uma comissão, por portaria, vai publicar e vai construir uma saída, Ver. Brasinha. Então, com o Prefeito Fortunati, começa a melhorar.

Agora, o Prefeito Fogaça assinou o Veto, e o Veto veio para cá sustando o regime celetista num artigo. No outro artigo, que ele não vetou - não vetou -, portanto, nós vamos votar aqui, de novo os Vereadores vão estar botando o seu chamegão numa coisa errada; ele não vetou a criação dos empregos públicos. Eu leio aqui a Lei nº 9.962, de 20 de fevereiro de 2000, que disciplinou o regime de emprego público, determinou a aplicação do regime celetista, e, lá pelas tantas, tem o estudo de um jurista dizendo que servidor celetista é ocupante do emprego público.

Portanto, o Prefeito Fogaça reconhece que os Ministérios Públicos estão certos e não admitem regime celetista. Veta o artigo do regime celetista, mas deixa a criação de todos os cargos, enquanto emprego público. Ou seja, é uma lei natimorta, de novo; não vai servir para nada.

Então, eu quero dizer que isso é muito erro de uma administração impopular, é muito erro de um governo, é muito erro de um Executivo responsável por muitas vidas; é muito erro! Nós voltamos com este Veto à estaca zero, e o Governo Fortunati tendo que remendar, vai começar do zero, Ver. Dib, pela irresponsabilidade e incompetência que foi o Governo Fogaça.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Verª Maria Celeste, batem muito no Fogaça, porque ele sempre foi muito tranquilo, ele não foi soberbo, este Governo não é um Governo soberbo. Mas o Ver. Comassetto “matou a charada”, Ver. Dib. O Ver. Comassetto, agora, sim, resolveu clarear tudo o que estava acontecendo aqui nesta tarde. Quando ele diz que o Fogaça se apresenta agora como o pacificador do Rio Grande, fica claro! O Ver. Comassetto está usando esta tribuna, está usando um problema da Capital para fazer campanha política para o Tarso Genro. Ele vem usar esta tribuna simplesmente para fazer uma campanha eleitoral para o Governo do Estado. Quando ele diz que o Fogaça agora vem se apresentar como o pacificador do Rio Grande, ou isso é inveja, ou isso é um trabalho para desmanchar a imagem do Fogaça. E, pior ainda, não olha para o seu próprio umbigo! O umbigo do PT está em Canoas. Deu problema na Saúde lá, e a administração de lá teve de “comer na mão” de Porto Alegre. Não cuidam dos seus problemas e querem dar pitaco na vida dos outros. Vamos com calma, Ver. Comassetto, o senhor hoje está alterado, talvez seja pela chuva, mas o senhor hoje está alterado. Conseguiu brigar com o Ver. Brasinha, que é um cavalheiro! Concorda, Ver. Bosco?

 

(Manifestações no Plenário.)

 

O SR. NILO SANTOS: Concorda, Ver. Toni Proença? Concorda também, todos concordam! Só o Ver. Comassetto não vai concordar. Ele teve a capacidade de brigar com o Ver. Brasinha, porque o Ver. Brasinha se cansou desse discurso! Usou a tarde toda para fazer campanha eleitoral para o Governo do Estado, nos tirando para bobos! Deixou o Ver. Bernardino tão aborrecido que esbarrou ali e até cortou o microfone do Ver. Brasinha! Agora, que está tudo esclarecido, dá para a gente rir um pouquinho e relaxar, porque...

 

(Manifestação no Plenário.)

 

O SR. NILO SANTOS: Nós vamos manter o Veto. (Pausa.) O senhor pode falar o que quiser, eu não posso, não é? E outra coisa, o senhor está contabilizando as equipes no tempo do seu Governo, as equipes de PSFs, contabilizando equipes incompletas. Os senhores tinham registro de tantas equipes aqui, só que o Ministério da Saúde, em Brasília, disse que não, que equipes incompletas o Ministério da Saúde não contabiliza. Equipes incompletas, dá para formar 200! Eu quero ver formarem equipes completas, porque eu posso pegar um membro de cada equipe e dizer que eu tenho 300 equipes. Então, vamos com calma, Ver. Comassetto. A verdade sempre aparece no apagar das luzes.

E, também, as unidades de Saúde que os senhores deixaram na Capital, os postos de Saúde... E hoje dizem que não foi feito nada pelos postos de Saúde... São postos de Saúde sucateados, a rede elétrica é uma vergonha, os prédios se desmanchando! Ver. Todeschini, que me olha atentamente, nem segurança tinha para os postos de Saúde; eles não tinham nem grades e eram arrombados. Se pegarmos os jornais da época do seu Governo, Ver. Todeschini, vamos deparar com notícias de postos de Saúde que não atendiam; era greve dos médicos, era greve de garis! Todos os Governos têm os seus problemas, Ver. Comassetto. A diferença do Governo que está aí é que ele não é soberbo, não é arrogante, não é prepotente! Sabemos que há muita coisa ainda para ser feita nesta Cidade. Jamais o senhor vai ouvir dizer que tudo está na mais perfeita ordem. Jamais o senhor vai ouvir isso, porque a nossa visão é outra, Verª Maria Celeste. A nossa visão é de construir uma cidade cada vez melhor, mas nunca achando que os outros não sabem nada, nunca sendo arrogantes. Tem muita coisa, Ver. João Bosco, para melhorar, inclusive na Secretaria do Esporte, tem muita coisa para melhorar lá. Mas, com o tempo, com trabalho, os problemas vão se resolvendo, Ver. Ferronato. Com o tempo, as coisas se resolvem! Todas as Secretarias têm as suas dificuldades. O importante é sabermos que não somos perfeitos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 018/08, com Veto Parcial, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu, realmente, aprendo algo de novo a cada dia que passa. E hoje aprendi com o meu querido amigo Carlos Roberto Comassetto. E vou repetir exatamente as duas frases por ele pronunciadas: “É isso o que nós estamos discutindo aqui. Não me venham com lero-lero!” E parece que aconteceu muito lero-lero nesta tarde. Nós já havíamos decidido, nós fizemos reunião com o Secretário da Saúde e com as Lideranças; Vereadores, Lideranças da oposição e situação estiveram lá na Prefeitura. Nós sabíamos o que tínhamos que fazer. Eu não conheço, na história do mundo, prefeitos que quiseram errar. Eu sei de Prefeitos que erraram; todos os prefeitos, todos os governantes querem acertar, nem sempre conseguem!

Então, não há o que criticar. Nós sabemos que a Lei, esta, não funciona. Nós sabemos que o Governo não queria botar essa Lei e o Presidente, Ver. Sebastião Melo, e mais a Comissão e Saúde votaram uma lei perneta, para usar a expressão do lero-lero do meu amigo Comassetto.

Então, nós temos a convicção de que o Prefeito Fortunati quer realmente acertar, que os Vereadores querem realmente acertar, que o Ministério Público quer realmente acertar, que o Conselho de Saúde e que as entidades ligadas aos PSFs querem acertar. Então, se nós não acreditamos, não há o que continuar fazendo senão lero-lero, e é por isso que nós passamos. Depois de ter consenso, nós estamos a tarde inteira aqui, discutindo, e nós vamos votar pela aceitação do Veto.

Aproveitamos para criticar, para elogiar, para falar a verdade, para falar meia-verdade, para contar o número de PSFs, e esquecemos de discutir o Projeto em si. Agora, nós, que estivemos lá na Prefeitura, em duas reuniões... Eu acredito que os cinco Vereadores que lá estiveram, hoje, estão convictos de que vai haver uma nova lei capaz de atender aos anseios da coletividade. Tanto é verdade que há uma crença nisso, que a Procuradora do Ministério Público marcou - a Verª Fernanda está aqui, a Verª Maria Celeste ali, o Ver. Proença está lá, podem repetir o que eu vou dizer agora - para o dia 28 de junho, às 10 horas, no Ministério Público, para que seja assinado o Projeto de Lei do Prefeito.

Então, nós temos que acreditar, nós temos que fazer o nosso esforço através da nossa Comissão de Saúde, mandar a nossa participação para esse trabalho que vai ser feito pela Cidade. E não discurso, e não lero-lero, como diria o meu nobre e querido amigo Carlos Roberto Comassetto. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 018/08, com Veto Parcial.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; colegas Vereadoras, Vereadores, até então eu não havia me manifestado, somente em apartes, Ver. João Antonio Dib, porque, hoje pela manhã, tivemos aquela reunião, e algumas coisas foram encaminhadas. A Verª Maria Celeste fez uma bela retrospectiva desta tribuna, e esta Vereadora inclusive cedeu seu tempo para que a Verª Maria Celeste pudesse rememorar essas questões do Programa da Saúde da Família. Entretanto, no calor do debate - e é essa a função do Parlamento, discutir a Saúde pública está correto -, algumas coisas nos assustam, aliás, chamam a atenção. Alguém dizia que todos os governos têm os seus problemas. Quando os governos têm esses problemas, quem paga, Ver. Comassetto, é o povo da Cidade. Então, não dá para ter chorumelas. Quando o Governo não investe em Saúde, ocorre tumulto diante dos postos fechados. (Mostra jornal.) Este jornal é de hoje, de Porto Alegre, Ver. Nilo.

Quando o Governo não investe em Saúde, ocorrem problemas como o dos moradores do Rubem Berta, que não têm equipe de Saúde da Família para atender à sua atenção básica. Quando os Governos não investem em Saúde, tem gente até fazendo profissão ao ficar na fila dos postos de saúde durante a madrugada, e depois vendendo as fichas que conseguiram. Lamentavelmente, virou um milagre conseguir ficha para atendimento! Nós sabemos que há muitos problemas. Agora, considerar Saúde como um gasto e não como investimento é desumano, é brutal, e mostra a irresponsabilidade no trato com o povo de Porto Alegre. Digo isso, porque alguém falou que o Prefeito Fogaça não é soberbo e queria construir tudo junto. Ora, o Governo Fogaça, neste caso, não só foi soberbo como ignorou o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Rio Grande do Sul. (Mostra documento.)

O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, em 17 de agosto de 2007, fez uma recomendação, que dizia (Lê.): “Abster-se de contratar profissionais para a área da atenção básica da Saúde sem a realização de concurso público”, isso em 2007; e nós estamos em 2010! Se nesse meio-tempo nada tivesse acontecido, mesmo assim, o Prefeito ignorou a recomendação do Ministério Público. Mas, nesse tempo, Ver. Cecchim, quase dez milhões de reais foram desviados da Saúde municipal justamente da terceirização do Programa da Saúde da Família! Ou nós estamos debatendo o que no Parlamento de Porto Alegre? Foram quase dez milhões de reais - nove milhões e meio de reais - desviados do Programa de Saúde da Família, através de taxa de administração, de consultoria pirata e da terceirização, que é a porta aberta da corrupção, não só aqui, mas no serviço público em geral. É a porta aberta da corrupção que determinados agentes públicos utilizam, junto com os privados, evidentemente, para o desvio de dinheiro público. E, lamentavelmente, com isso, menos vinte equipes do Programa de Saúde da Família tivemos em Porto Alegre. Então, acabar com a terceirização, para que o dinheiro que o povo contribuiu com os seus impostos seja retornado à Saúde, à Educação, ao Saneamento, é fundamental para inibir a corrupção! Sim, é fundamental! Mas também para melhorar a qualidade do serviço público, porque nós não vamos nos esquecer que, na semana passada, um jovem morreu na Av. Wenceslau Escobar por falhas em obras terceirizadas.

E é assim, lamentavelmente, que a Prefeitura do José Fogaça tem tratado a questão dos serviços públicos em Porto Alegre: terceirizando, sem abrir concurso público, precarizando. E, até agora, nenhum Vereador da base do Governo, com a exceção da Verª Neuza Canabarro, cumpriu a sua função constitucional, que é a de assinar a CPI, para que haja a investigação e o ressarcimento dos valores desviados aos cofres públicos. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação nominal o PLE nº 018/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 02 votos SIM e 19 votos NÃO, considerando-se mantido o Veto Parcial aposto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6147/08 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 246/08, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Maurílio Alves Daiello o logradouro público parcialmente cadastrado conhecido como Rua 7015 – Loteamento Moradas do Sul.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela manutenção do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela manutenção do Veto Total;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 24-04-10 (sábado).

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLL nº 246/08, com Veto Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 246/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 19 votos NÃO, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 027/10 – (Proc. nº 1565/10 – Mesa Diretora) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 11 de maio, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso dos 200 anos do Brigadeiro Antônio de Sampaio, patrono da arma de Infantaria do Exército Brasileiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o Requerimento nº 027/10, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5883/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/09, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que concede o Diploma Honra ao Mérito à senhora Maria de Lourdes Medeiros Germann.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 26-04-10.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0726/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/10, de autoria do Ver. Paulinho Ruben Berta, que concede o Diploma Honra ao Mérito à Sociedade Beneficente Cultural e Recreativa Imperatriz Dona Leopoldina.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 26-04-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o bloco composto pelos seguintes Projetos: PR nº 052/09 e PR nº 007/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1093/10 – PROJETO DE LEI DO COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/10, que cria o Fundo Municipal do Planejamento Urbano (FMPU), da Secretaria do Planejamento Municipal (SPM), e altera a Lei Complementar nº 612, de 19 de fevereiro de 2009, que cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS).

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 26-04-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLCE nº 001/10.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Solicito o adiamento da discussão do PLCE nº 001/10 por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando o adiamento da discussão o PLCE nº 001/10 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

    

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pela Verª Fernanda Melchionna. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.)

 

Treze Vereadores presentes. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

    

(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)

 

 * * * * *